Tribunal do Cade abre investigação sobre parceria entre Azul e Gol após avanço em acordo de codeshare e possível união de negócios
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu investigar o acordo de compartilhamento de voos firmado entre Azul e Gol, líderes no mercado aéreo brasileiro. O movimento reacende o debate sobre concentração no setor e possíveis efeitos ao consumidor. A deliberação vem após a Superintendência Geral do Cade arquivar o processo inicial, sem analisar profundamente os impactos econômicos do codeshare.
O acordo, iniciado em julho de 2024, permite que as empresas vendam passagens para voos operados em conjunto. Já são 40 rotas compartilhadas, com projeção de crescimento para mais de 150. Agora, o Tribunal do Cade vai apurar se há indícios de união estratégica que ultrapassam os limites de um simples acordo operacional.
De acordo com informações do G1, o relator do caso, conselheiro Freitas, vê sinais de uma associação mais ampla entre as empresas. A avaliação técnica identificou aspectos que, segundo Freitas, “ainda não foram analisados por este Tribunal” e merecem um “exame mais profundo”.
Enquanto o acordo de voos é discutido, uma negociação ainda mais ambiciosa avança nos bastidores. A Azul e a holding Abra, que controla Gol e Avianca, firmaram um memorando de entendimento com vistas à fusão. A união criaria um grupo com 60% de participação no mercado doméstico, superando a Latam, hoje com cerca de 40%.
Apesar da escala da operação, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, defende que a medida acompanha uma “tendência mundial”. Em entrevista à CNN, ele afirmou que a fusão pode reduzir custos operacionais, gerando eficiência e, no futuro, tarifas mais acessíveis ao consumidor.
O memorando prevê que Azul e Gol mantenham operações e marcas separadas. Isso ajuda a preservar a identidade das empresas junto aos clientes e pode facilitar a aprovação regulatória. Ainda assim, o caso seguirá sob análise criteriosa de autoridades econômicas.
Especialistas avaliam que a operação conjunta pode fortalecer a malha aérea nacional, ao otimizar rotas e melhorar a taxa de ocupação dos voos. A consolidação pode viabilizar investimentos em infraestrutura e ampliar a conectividade do país.
Exemplos práticos sustentam esse argumento. Em casos onde Azul e Gol operam voos com pouca demanda em horários semelhantes, a junção de passageiros permitiria encher uma única aeronave, aumentando a eficiência financeira e reduzindo desperdícios operacionais.
Apesar da possível concentração, analistas acreditam que a união não deve prejudicar o consumidor no curto prazo. A competitividade com empresas como Latam e o crescimento de novas companhias seguem sendo fatores de equilíbrio no setor.
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Jornalista pós-graduada em Comunicação Organizacional e especialista em Cultura, Arte e Entretenimento. Com ampla experiência em assessoria de imprensa para eventos, também compôs redações de vários veículos de comunicação. Já atuou como agente de viagens e agora se aventura no cinema como roteirista de animação.
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