Anhanguera (GO) prepara maior caipirinha do mundo e mira recorde no Guinness Book

Anhanguera (GO) prepara maior caipirinha do mundo e mira recorde no Guinness World

A pequena Anhanguera, reconhecida pelo IBGE como a menor cidade de Goiás, quer conquistar um feito gigante. No próximo dia 9 de novembro, o município vai tentar entrar para o Guinness World Records com a maior caipirinha do mundo, preparada durante o 5° Festival Gastronômico do Limão Taiti.

Segundo o prefeito Marcelo Paiva (MDB), a mistura monumental será feita em clima de festa e compartilhada com o público. “A caipirinha gigante será acompanhada de feijoada e servida gratuitamente ao público”, afirmou.

A receita da maior caipirinha do mundo

O engenheiro civil Gilson Paiva, de 64 anos, que participa da preparação, revelou ao g1 que o copo simbólico da cidade terá 1.500 litros da tradicional bebida brasileira. Para alcançar o volume, será preciso combinar 380 kg de limão-taiti, 680 litros de água mineral, 150 sacos de gelo, 100 litros de cachaça e 170 kg de açúcar.

“Para misturar toda essa quantidade de ingredientes, será utilizada uma betoneira de 400 litros. Depois, tudo será depositado em um tonel de aço inox com capacidade para os 1,5 mil litros”, explicou Gilson.

O trabalho para o preparo da maior caipirinha do mundo vai envolver onze pessoas: seis responsáveis pelo preparo dos ingredientes e cinco encarregadas da mistura. Gilson detalhou que a proposta não é apenas quebrar um recorde, mas divulgar a força da produção local do limão-taiti, símbolo da economia e da cultura da cidade.

A fruta é tão importante para Anhanguera que o município foi oficialmente reconhecido por lei estadual como “capital goiana do limão-taiti”.

Festival e celebração dos 72 anos de Anhanguera (GO)

O Festival Gastronômico do Limão Taiti é um dos eventos mais esperados do ano na região. Além da caipirinha gigante, a programação inclui shows musicais e o divertido concurso de “chupação” do limão, que desafia o público a provar quem aguenta mais a acidez do fruto.

A festa, organizada pela Prefeitura de Anhanguera, começou em 25 de outubro e segue até 9 de novembro, data do encerramento e da tentativa oficial de entrar para o Guinness. A expectativa é que o evento atraia visitantes de várias partes do estado, movimentando a economia local e colocando a cidade no mapa mundial da gastronomia brasileira.

Para o prefeito Marcelo Paiva, a caipirinha recordista será o símbolo de um novo momento para Anhanguera. A bebida, além de homenagear os 72 anos do município, pretende consolidar a cidade como um destino turístico de destaque no interior de Goiás, unindo tradição, sabor e orgulho regional.

Entenda como surgiu a caipirinha, bebida 100% brasileira

A caipirinha é uma tradicional bebida brasileira, criada no interior de São Paulo. Considerada a bebida nacional do Brasil, o coquetel feito com cachaça, limão, açúcar e gelo ganhou fama mundial e integra a lista oficial da International Bartenders Association (IBA). Em reconhecimento à sua importância cultural, foi tombada como Patrimônio Cultural Brasileiro em 2003 e, em 2019, como Patrimônio Imaterial do Rio de Janeiro.

Apesar de sua origem paulista ser consenso entre estudiosos, há diferentes versões sobre como surgiu. Segundo o historiador Luís da Câmara Cascudo, a caipirinha teria sido criada no século XIX por fazendeiros da região de Piracicaba como uma bebida refinada para eventos sociais, refletindo a forte cultura canavieira local. Com o tempo, o drink se popularizou pelo baixo custo de seus ingredientes, tornando-se símbolo paulista e, mais tarde, nacional.

Outra versão, apoiada pelo Instituto Brasileiro da Cachaça (IBRAC), aponta que a caipirinha surgiu por volta de 1918, durante a gripe espanhola. A receita original, feita com limão, alho, mel e cachaça, era usada como remédio caseiro; com o tempo, os ingredientes terapêuticos foram substituídos por açúcar e gelo, dando origem à bebida atual. O IBRAC também relaciona sua difusão à Semana de Arte Moderna de 1922, quando artistas paulistas teriam ajudado a popularizá-la como símbolo de brasilidade.

Há ainda outras versões menos documentadas, como a que atribui sua criação a marinheiros que misturavam limão à cachaça para prevenir escorbuto, ou a que sugere que o nome “caipirinha” teria sido uma homenagem à pintora Tarsila do Amaral, natural de Capivari, no interior paulista.

Independentemente da origem exata, a caipirinha consolidou-se como um ícone da cultura brasileira: uma bebida simples, autêntica e celebrada no mundo todo.

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Pollyana Cicatelli
Autor: Pollyana Cicatelli

Jornalista pós-graduada em Comunicação Organizacional e especialista em Cultura, Arte e Entretenimento. Com ampla experiência em assessoria de imprensa para eventos, também compôs redações de vários veículos de comunicação. Já atuou como agente de viagens e agora se aventura no cinema como roteirista de animação.

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