Após divulgação da NASA, Serra de Caldas tem atraído turistas de todo o país

Parque tem atraído turistas curiosos de todo o Brasil

Parque Nacional da Serra de Caldas, em Goiás (Foto NASA)

A imagem aérea da Serra de Caldas Novas, feita por satélite e publicada pela NASA no Instagram em 16 de junho, colocou o local no radar de milhares de brasileiros. A foto intrigante, com a legenda “What’s that?”, foi suficiente para atrair a atenção de turistas e curiosos de todo o país, transformando o Parque Estadual da Serra de Caldas Novas (Pescan), em Goiás, em um novo ponto de peregrinação nacional.

Segundo Maurício Tambellini, coordenador do parque, a publicação da agência americana provocou um aumento notável no fluxo de visitantes. “Boa parte chega com dúvidas sobre a imagem, querendo saber se há algo escondido ali”, afirma. Desde o post, já são mais de 400 mil curtidas e uma avalanche de mensagens que variam entre fascínio geológico e teorias conspiratórias.

Há quem acredite que os Estados Unidos teriam interesse na área, imaginando a presença de segredos militares ou minérios. “No imaginário das pessoas, acontece que, pelo fato de a NASA ter postado uma imagem dessa formação geológica, isso pode significar que há muitas coisas escondidas, como minérios ou até mesmo segredos militares no local. É claro que isso não é verdade”, explica Tambellini.

>> Caldas Novas além das águas quentes: conheça o Parque Estadual da Serra de Caldas

Curiosidade sobre a Serra de Caldas e teorias à flor da pele

Mesmo com explicações técnicas disponíveis, algumas perguntas inusitadas continuam surgindo. “Outras pessoas chegam a perguntar se os Estados Unidos estão de olho porque têm interesse na serra e desejam aquele território, dominar, né? Mas o que ela guarda mesmo são as águas termais da região e também uma beleza cênica única, com uma natureza maravilhosa. Preste atenção, Trump: aqui não, aqui é nosso. Esse território é dos goianos”, brinca Maurício.

A imagem foi registrada pelo satélite Landsat 9, que orbita a Terra a 705 km de altitude, e mostra a serra em tom escuro e formato oval. A própria NASA descreveu: “esse oval escuro é a Serra de Caldas, um planalto que se eleva cerca de 300 metros acima da paisagem no centro do Brasil”.

O território é revestido pelo Cerrado, abriga espécies nativas como o pequizeiro e a seriema-de-patas-vermelhas e é considerado um ecossistema de savana e campos. Mas o que parece ter capturado mesmo a atenção dos internautas foi o formato peculiar da serra visto do espaço.

Riqueza ambiental e importância estratégica

Com 12,3 mil hectares, o Pescan é administrado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e ocupa áreas nos municípios de Caldas Novas e Rio Quente. O parque foi criado em 1970 e cumpre um papel vital para a região: é a principal área de recarga dos aquíferos hidrotermais, responsáveis pelas famosas águas termais de Caldas Novas.

Além do papel ambiental, a serra atrai ecoturistas, esportistas, cientistas e amantes da natureza. Suas trilhas escondem cachoeiras e uma fauna rica, com fácil acesso a partir dos centros urbanos. Visitantes podem explorar o local todos os dias, das 6h às 16h, e o uso de guias é recomendado para maior segurança.

A repercussão da publicação da NASA, embora inesperada, acabou beneficiando a preservação da área, ao despertar novos olhares sobre sua importância geológica e ambiental. O Parque Estadual da Serra de Caldas Novas agora lida com o desafio de equilibrar a nova fama com a conservação de seu patrimônio natural.

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Pollyana Cicatelli
Autor: Pollyana Cicatelli

Jornalista pós-graduada em Comunicação Organizacional e especialista em Cultura, Arte e Entretenimento. Com ampla experiência em assessoria de imprensa para eventos, também compôs redações de vários veículos de comunicação. Já atuou como agente de viagens e agora se aventura no cinema como roteirista de animação.

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