Saiba como evitar acidentes
Na noite da última sexta-feira (20), Juliana Marins, de apenas 26 anos, escorregou e caiu em um desfiladeiro enquanto fazia uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia. A jovem ficou presa no penhasco a cerca de 1 km de distância do local de onde caiu inicialmente e esperou pelo resgate, que não aconteceu. As equipes só conseguiram alcançar o corpo da vítima nesta terça-feira (24), quase quatro dias depois da queda.
Praticante do turismo de aventura, Juliana Marins vivia seu sonho de um mochilão pela Ásia desde fevereiro deste ano e já havia passado pelas Filipinas, Tailândia e Vietnã.
O ambiente natural promove a sensação de bem-estar e serve como incentivo para a prática da caminhada, o que faz das trilhas uma boa opção para quem busca se exercitar em contato direto com a natureza. Entretanto, sem a estrutura e apoio adequados, a atividade se torna perigosa, facilitando a ocorrência de acidentes e levando até mesmo à morte, como no caso de Juliana.
Mas a brasileira não foi a única vítima do Monte Rinjani e, se a segurança não for intensificada, não será a última. Nos últimos cinco anos, outras oito mortes e 180 acidentes foram registrados na mesma região, segundo dados publicados pelo Escritório do Parque Nacional do Monte Rinjani.
Do total de acidentados desde 2020, 136 eram turistas locais e 44 estrangeiros. A trilha na região é considerada uma das mais desafiadoras do país e é recomendada apenas para escaladores experientes, uma vez que a superfície do monte é extremamente íngreme e conta com trechos estreitos cercados por penhascos a 3.726 metros de altitude.
O jornalista brasileiro Clayton Conservani já havia feito uma expedição no Monte Rinjani e explicou ao Mais Você o porquê do resgate de Juliana Marins na área ser tão difícil. “Acessar o lugar por terra levando equipes de resgate já é um trabalho muito grande. O terreno é bem bem difícil, é aquele terreno vulcânico, aquela areia vulcânica, aquela areia negra muito fofa, com muitas pedras soltas e por isso a dificuldade. Ainda tem o clima, as condições meteorológicas desse lugar são muito difíceis, tempestades constantes”, disse.
Só no Brasil, existem mais de 10 mil quilômetros de trilhas cadastradas, com caminhos que passam por 51 unidades de conservação em 220 municípios, de acordo com a Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso e Conectividade.
O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) alertou que, “para fazer trilhas, não é necessário ser um atleta, mas a pessoa precisa estar bem de saúde e respeitar suas limitações”. A corporação também orientou medidas para evitar acidentes em trilhas. Veja:
– Planejar a atividade e procurar um profissional para guiar o passeio;
– Obter, com antecedência, todas as informações meteorológicas, dentre as quais: a temperatura do dia e previsão de chuva;
– Deixar avisado em casa ou na casa de amigos sobre o local, com quem vai, qual o dia e hora previstos para o retorno, e o número do seu telefone celular;
– Utilizar tênis confortável e caminhar em grupos de no mínimo três a cinco pessoas. Os mais lentos devem ir à frente e os outros tendem a seguir o ritmo, sem ultrapassá-los;
– Alguns itens importantes: um recipiente para água (no mínimo 2 litros); uma mochila pequena para levar lanches, frutas e barras de cereal; estojo de primeiros socorros; uma lanterna (com pilha extra); sacos plásticos para depositar o lixo e telefone celular.
– Respeitar a sinalização. Não entrar em locais onde há avisos de risco de acidente e ou perigo de morte, sem utilizar EPI específico de escalada;
– Utilizar equipamento específico para montanhismo e devidamente certificado;
– Manter uma manutenção constante dos equipamentos específicos de escalada;
– Respeitar o limite da sua particularidade biológica, evitando excessos sem preparo técnico específico, aumentando a margem para acidentes.
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