Brincadeira tradicional tem causado riscos graves à vida e interrupções no fornecimento de energia no estado
O número de ocorrências causadas por pipas na rede elétrica disparou em Goiás. De janeiro até o início de maio, já foram contabilizados 173 registros, um aumento atípico e antecipado em relação aos anos anteriores. A situação, que costuma piorar apenas nas férias escolares, tem provocado alertas da distribuidora Equatorial Goiás, responsável pelo fornecimento de energia no estado.
“Estamos observando um crescimento antecipado nos registros de pipas em contato com a rede elétrica, o que exige uma resposta imediata da distribuidora”, afirma Vinicyus Lima, gerente do Centro de Operações Integradas da empresa. Segundo ele, o número de 2024 para esse mesmo período foi de 182 casos, e a projeção para 2025 é ultrapassar esse total antes do final de maio.
Municípios como Goiânia (28), Aparecida de Goiânia (24) e Águas Lindas (17) lideram o ranking de incidentes com pipas. Em todas essas cidades, além das ações de manutenção, a distribuidora atua em escolas, comércios e comunidades para conscientizar sobre os riscos.
As 173 ocorrências já representam 28% do total de 2024, sendo registradas duas por dia em média neste ano. O mês de maio sozinho concentra 42 incidentes, o que equivale a quase um quarto dos casos acumulados. Esses dados mostram a gravidade da situação antes mesmo do início do período mais crítico.
Brincar de pipa perto da rede elétrica pode gerar choques fatais, queimaduras, incêndios e até a queda de energia em bairros inteiros. O risco aumenta com o uso de cerol e linha chilena, materiais altamente cortantes e condutores, que podem romper cabos ou causar curto-circuito.
Além dos danos à infraestrutura, os acidentes interrompem o fornecimento de energia a hospitais, escolas, postos de saúde e comércios, afetando milhares de pessoas. “Pipas presas na rede elétrica podem causar prejuízos à população. Um ato que parece inofensivo pode gerar consequências graves, inclusive para serviços essenciais da sociedade”, alerta Vinicyus.
Para minimizar os impactos, a Equatorial Goiás tem investido em tecnologia e estratégias preventivas. Um dos principais recursos são os espaçadores, dispositivos instalados entre os cabos da rede para manter uma distância segura e evitar contatos perigosos com linhas de pipa.
“Os espaçadores são fundamentais em áreas com alta incidência de pipas. É uma medida técnica importante, mas que precisa vir acompanhada da conscientização da população. A prevenção começa com o comportamento seguro”, afirma o gerente.
Além disso, o Centro de Operações Integradas da empresa opera 24 horas por dia, monitorando as regiões com maior número de incidentes e garantindo respostas rápidas a falhas no sistema.
Embora soltar pipa seja uma prática cultural querida, seu uso próximo à rede elétrica e com materiais proibidos é considerado crime. O cerol e a linha chilena são ilegais, e quem for flagrado pode sofrer multas, apreensão de materiais e até prisão, dependendo do caso.
A distribuidora reforça que não é contra a brincadeira, mas defende seu uso responsável. “Existem locais adequados para soltar pipa, longe da rede elétrica e com segurança para todos. O que estamos enfrentando é uma antecipação preocupante dos riscos e precisamos do apoio da sociedade para evitar acidentes graves”, reforça Vinicyus.
Dicas de segurança para soltar pipas:
Em caso de pipa na rede elétrica:
A população também pode utilizar o app Equatorial Energia, disponível para Android e iOS, ou acessar o site da empresa para registrar ocorrências e obter informações sobre segurança elétrica.
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Jornalista pós-graduada em Comunicação Organizacional e especialista em Cultura, Arte e Entretenimento. Com ampla experiência em assessoria de imprensa para eventos, também compôs redações de vários veículos de comunicação. Já atuou como agente de viagens e agora se aventura no cinema como roteirista de animação.
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