Centro Cultural Octo Marques exibe obras de Cadjoo, Marcelo Ramalho e Rafael Almeida

Mostras revelam artistas que exploram identidade, afeto e resistência em obras visuais profundas e provocativas

Obra de Cadjoo (Foto: Divulgação)

O Centro Cultural Octo Marques, em Goiânia, abre suas portas nesta quinta-feira (15/05), das 9h às 16h, para três novas exposições que prometem instigar o público com abordagens visuais marcantes e reflexivas. As mostras individuais dos artistas Cadjoo, Marcelo Ramalho e Rafael de Almeida ocupam as galerias do espaço cultural, promovido pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult).

Enquanto Cadjoo e Marcelo Ramalho dividem a Galeria Sebastião dos Reis, a Galeria Frei Nazareno Confaloni recebe os trabalhos de Rafael de Almeida. As exposições propõem um mergulho em temas como o silêncio urbano, o pertencimento do corpo negro e os símbolos do Brasil Central.

Cotidiano e silêncio como matéria-prima

“Sorrindo é Melhor”, de Cadjoo, mistura desenhos, pinturas, animações e cadernos em uma produção intuitiva. A curadoria é assinada por Sandra Lapage e o próprio artista. O trabalho parte da provocação do filósofo Paul Virilio: “O que acontece quando nada acontece?”.

Cadjoo responde com um registro direto do presente, captando ruídos e silêncios da cidade. Seu olhar transforma frases ouvidas nas ruas, expressões populares, pixações e publicações digitais em imagens que refletem a experiência urbana contemporânea.

A proposta estética rompe com preparações tradicionais, priorizando a espontaneidade. As obras ganham força ao traduzirem fragmentos da vida cotidiana em arte visual de alto impacto.

Arte como resistência

Na mesma galeria, Marcelo Ramalho apresenta sua primeira individual: “Matrizes de Banzo: entre o perene e o perecível”, com curadoria de Melissa Alves. A exposição é apoiada pelo Sertão Negro Ateliê e Escola de Artes.

Obra de Marcelo Ramalho (Foto: Divulgação)
Obra de Marcelo Ramalho (Foto: Divulgação)

O artista utiliza papelão reciclado como suporte para suas fotogravuras, recolhido de pontos de descarte urbano. O material se torna base para refletir sobre o que é valorizado e o que é descartado na sociedade. O conceito de banzo, que remete à saudade e à ausência, permeia a narrativa visual.

A exposição propõe um olhar sobre o corpo negro em confronto com o espaço urbano, questionando quem tem direito à cidade e à memória. Cada obra carrega camadas de história, resistência e poesia.

O boi como símbolo e arquivo vivo

Na Galeria Frei Nazareno Confaloni, a exposição “Sob nossos cascos”, do cineasta e artista visual Rafael de Almeida, une tecnologia e tradição em uma investigação simbólica sobre o boi. A curadoria é de Divino Sobral.

Obra de Rafael de Almeida (Foto: Divulgação)
Obra de Rafael de Almeida (Foto: Divulgação)

O artista utiliza fotografias, vídeos, arquivos manipulados por inteligência artificial e instalações que combinam bordado, aquarela, cianotipia e tinta a óleo. O trabalho propõe uma leitura sensível e política do animal como representação afetiva dos territórios do Brasil Central.

Também são apresentados vídeos produzidos em suportes como Super 8mm, acentuando o contraste entre documento e ficção. A exposição desafia o espectador a pensar sobre tempo, memória e identidade coletiva.

Com entrada gratuita, o espaço funciona diariamente, permitindo a entrada de animais com coleira. As exposições seguem até 29 de junho, exceto a de Ramalho, que encerra em 12 de julho.

Abertura das exposições:
- “Sorrindo é Melhor”  |  Cadjoo
- “Matrizes de Banzo: entre o perene e o perecível” |  Marcelo Ramalho
- “Sob nossos cascos” |  Rafael de Almeida
Data: quinta-feira, 15 de maio
Horário: 19h
Local: Rua 4, nº 515, Parthenon Center, Centro, Goiânia (entrada pela rua 7)
Entrada gratuita

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