Cerca de 51% dos brasileiros apresentam intolerância à lactose; entenda a condição

Novos dados revelaram que 51% da população brasileira apresentam intolerância à lactose em todo o Brasil. O levantamento, feito pelo laboratório de genética Genera, reforça que o problema marca presença em consultórios de Norte a Sul do país.

O gastroenterologista Jefferson Silveira, docente do Instituto de Educação Médica IDOMED, explica que a condição surge quando o corpo produz pouca enzima lactase. A deficiência impede a digestão adequada da lactose e provoca fermentação no intestino grosso. Os pacientes com intolerância à lactose relatam dores abdominais, gases, distensão, diarreias e até constipação após ingerir leite e derivados.

Segundo o especialista, a confirmação do diagnóstico ocorre por meio de exames como teste de tolerância à lactose oral, teste de hidrogênio expirado ou biópsia intestinal. Muitos chegam ao consultório tardiamente porque confundem os sintomas com outras doenças. “Muitas vezes por um quadro de virose, ou como síndrome do intestino irritável ou outras disfunções intestinais. Tem pacientes que convivem com os sintomas por meses ou anos até decidir procurar ajuda médica para investigar”, afirma.

Cresce a busca por diagnóstico preciso por intolerância à lactose

Silveira destaca que o atraso no reconhecimento do problema favorece quadros persistentes de desconforto abdominal. Ele observa que pacientes frequentemente tentam adaptar a rotina alimentar sozinhos antes de buscar atendimento, o que dificulta a compreensão do quadro real.

A investigação médica precoce, diz o gastroenterologista, ajuda a diferenciar a intolerância à lactose de outras condições intestinais. Os exames também orientam o tratamento mais adequado e reduzem o risco de restrições alimentares desnecessárias.

Controle da condição melhora a rotina

O médico explica que a intolerância à lactose não tem cura definitiva, mas pode ser controlada de forma eficiente com ajustes na alimentação. Substituições por produtos sem lactose e uso de suplementação de lactase em situações específicas costumam trazer alívio. “É importante alertar que não se deve confundir a intolerância com alergia ao leite, pois envolve reação imunológica e requer uma abordagem diferente”, alerta.

Com orientação profissional, o paciente mantém a dieta equilibrada sem abrir mão de nutrientes essenciais. Silveira reforça que cálcio e vitamina D devem estar presentes no cardápio para evitar deficiências nutricionais. A adaptação alimentar correta melhora a qualidade de vida e reduz o impacto da condição no dia a dia.

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