Com aproximadamente 500 habitantes, local é um retrato da diversidade de um povo que aprendeu a fazer da sua história uma fonte alternativa de renda
Situada no coração do Cerrado, na Chapada dos Veadeiros (GO), o Povoado Quilombola do Moinho em Alto Paraíso de Goiás é um roteiro cultural que encanta os visitantes com suas paisagens exuberantes e rica herança histórica. Ao explorar o Povoado do Moinho, os turistas têm a oportunidade única de vivenciar o que há de melhor na gastronomia, artesanato e hospitalidade daquele povo.
Ao chegar no local, os visitantes são convidados a explorar a rica história do povoado. Com aproximadamente 500 habitantes, a comunidade foi fundada em um antigo moinho de água do século XVIII, e mantem tradições de práticas agrícolas sustentáveis, preservando conhecimentos sobre plantas medicinais e tornando-se guardiãs do cerrado nativo.
“Esta é uma comunidade que existe a mais de 250 anos e depois da certificação da Fundação Zumbi dos Palmares, em 2014, as pessoas têm nos procurado para conhecer mais sobre as histórias do que nossos pais faziam, nossos avós faziam e o que a gente aprendeu, então hoje, poder trabalhar e tirar renda do que a gente faz no dia a dia é gratificante e o Projeto tem um cuidado muito grande com isso”, destacou o presidente da Associação Quilombola Povoado do Moinho, Lucas Moura.
Ao acordar, quem visita a comunidade pode ter sua primeira experiência com um café com prosa. Em uma mesa repleta de variedades feitas pela anfitriã, Dona Irany, o turista saboreia as delícias enquanto ouve as ricas histórias do Moinho e da sua família. Então se prepare para saber tudo sobre o povoado e sua gente.
Depois da refeição reforçada, chega a hora de conhecer as paisagens do cerrado em um passeio a cavalo. No caminho, é possível apreciar mirantes, percorrer riachos e até mesmo parar para um refrescante banho de cachoeira.
O paladar é aguçado a cada experiência. Caldo de cana de açúcar, leite e temperos se misturam em uma receita que dá forma ao “Tijolo”: doce tradicional da comunidade. Os amantes de doce podem, ainda, serem recebidos na varanda da Dona Conceição e do Sr. Domingos que dão as boas-vindas aos visitantes para a preparação e degustação do doce de leite cortado. Uma delícia!
Já é meio-dia, hora do almoço, e a parada obrigatória é na Dona Conceição. Por lá, os visitantes encontram uma saborosa comida caseira. Frango ensopado e carne de panela são os principais pratos servidos. Para a sobremesa, nada melhor que a Rapadura do Moinho, uma herança cultural da comunidade.
Ao longo do dia, outros encantos fazem parte do roteiro, como o legado dos trançados com a fibra de bananeira que é uma tradição trazida pelo Sr. Donato, marido da Dona Flor, raizeira e parteira no Moinho. Na oficina, os visitantes aprendem o processo básico da elaboração de esteiras de fibra de bananeira, tecidas no tear. Outros trabalhos manuais também fazem parte das experiências, como a confecção de tapetes no tear da varanda de Dona Santina.
Para o lanche da tarde opções não faltam, como o Pão de Queijo do Moinho. Nesta oficina, os visitantes conhecem uma receita do alimento feita pela Dona Irany, que aprendeu com sua avó. Outra opção é o Sucoco Lanches, que se encontra em local privilegiado, em frente a uma bela floresta do Cerrado, no caminho para as cachoeiras dos Anjos e dos Arcanjos, ou as delícias da Dona Cici, com a oficina de chips de banana, batata doce e mandioca.
Para fechar o dia, é chegada a hora de relembrar as memórias da infância. No Moinho, as Bonecas Quilombolas têm uma história de luta e resistência. Muitos anos atrás, as meninas da comunidade brincavam com espigas de milho, imaginando as bonecas. Hoje elas são fontes de renda para a comunidade local.
Além de sua riqueza cultural, o Povoado do Moinho está localizado nas margens do Rio São Bartolomeu, entre as serras imponentes do Paranã e da Água Fria. Cercado por rios cristalinos, cachoeiras e colinas, o local oferece uma paisagem única para deixar qualquer turista com vontade de vivenciar esse Brasil Original.
O PROJETO – Experiências do Brasil Original visa fortalecer o mercado turístico interno e o turismo de base comunitária, para que roteiros turísticos em territórios indígenas e quilombolas passem a compor a oferta competitiva e inovadora de produtos e serviços turísticos do Brasil.
“Espera-se, com isso, oportunizar o desenvolvimento econômico nas comunidades indígenas e quilombolas por meio do projeto Experiências do Brasil Original, na formatação de experiências turísticas geradoras de fontes alternativas de renda e trabalho, contribuindo para a valorização da cultura, costumes e modo de vida dessas comunidades e, ainda, para a conservação da sociobiodiversidade”, destacou a Coordenadora de Produção Associada ao Turismo do MTur, Anna Modesto.
Aliado a isso, o Projeto traz a oportunidade do turista vivenciar práticas significativas, através das tradições, saberes, sabores, culturas e histórias, presentes nesses territórios.
Via MTur.
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Jornalista com pós-graduação em Comunicação Organizacional e especialista em Cultura, Arte e Entretenimento. Com ampla experiência em assessoria de imprensa para eventos, também compôs redações de vários veículos de comunicação. Já atuou como agente de viagens e agora se aventura no cinema como roteirista e diretora de animação.
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