Espetáculo celeste atinge pico de visibilidade durante a noite
Quem gosta de observar o céu terá um motivo especial para levantar os olhos neste mês de dezembro. Mato Grosso do Sul está entre as áreas com melhor visibilidade da chuva de meteoros Geminidas, a mais intensa do calendário anual.
Dados do Observatório Nacional indicam que, em condições ideais, moradores do estado podem ver até 51 meteoros por hora, um número expressivo para observação a olho nu. A posição geográfica favorece o fenômeno, principalmente durante a noite, quando a combinação entre horário, fase da Lua e altura do radiante cria uma janela rara para o espetáculo.
Segundo o professor Gabriel Hickel, responsável pelo guia oficial de observação, não é preciso nenhum instrumento. “No entanto, o céu deve estar sem nuvens, o que não é muito fácil nesta época do ano, no Brasil”.
Embora a chuva de meteoros Geminidas se estenda por vários dias de dezembro, o auge ocorreu na virada de 13 para 14 de dezembro. Para quem está em MS, porém, a melhor experiência acontece na noite seguinte, do dia 14 para o dia 15.
O intervalo mais promissor vai das 21h50 às 01h35, considerando céu limpo, baixa interferência da Lua e maior concentração de meteoros visíveis no horizonte. Nesse período, a Lua passa da fase minguante para nova, reduzindo o brilho excessivo e permitindo enxergar até os rastros menos intensos.
Ao contrário da maioria das chuvas de meteoros, as Geminidas não se originam de um cometa. Elas nascem de fragmentos deixados pelo asteroide 3200 Faetonte, um corpo rochoso que cruza a órbita da Terra.
Essas partículas entram na atmosfera a cerca de 35 km por segundo, aquecem rapidamente e produzem os conhecidos riscos luminosos no céu noturno. Os meteoros das Geminidas são relativamente lentos, duram mais de 1 segundo e podem apresentar cores intensas, como amarelo, verde e laranja.
Em condições ideais, longe das cidades e sem nuvens, MS aparece entre os estados com melhor expectativa de observação no Brasil, com média estimada de 51 meteoros por hora.
A margem de variação é de cerca de 15%, para mais ou para menos, dependendo da presença da Lua e da transparência da atmosfera. No cenário global, o pico máximo ocorre por volta das 05h do dia 14, mas a atividade se mantém elevada por quase 12h, permitindo boas observações antes e depois.
Apesar de sua intensidade, a chuva das Geminidas não exige telescópios nem conhecimento técnico. O principal desafio é o clima, já que nuvens podem encobrir o céu nesta época do ano.
O termo popular “estrelas cadentes” é apenas uma forma coloquial de se referir aos meteoros. O Observatório Nacional adota oficialmente “as Geminidas”.
Sobre a grafia, o próprio pesquisador explica: “Há também quem prefira “geminídeos”, porque o aportuguesamento do latim permite as duas formas (“idas” e “ídeos”) . No fundo, todos estão certos”.
O nome faz referência à constelação de Gêmeos, de onde os meteoros parecem surgir, perto das estrelas Castor e Pollux. Neste ano, Júpiter também estará próximo, servindo como ponto de referência no céu.
Receba as principais notícias diariamente em seu celular. Entre no canal de WhatsApp do portal Gazeta Culturismo clicando aqui.
Jornalista pós-graduada em Comunicação Organizacional e especialista em Cultura, Arte e Entretenimento. Com ampla experiência em assessoria de imprensa para eventos, também compôs redações de vários veículos de comunicação. Já atuou como agente de viagens e agora se aventura no cinema como roteirista de animação.
Copyright © 2024 // Todos os direitos reservados.