Conheça obras impactantes com atores e personagens trans que conquistam espaço no cinema e na TV
As produções cinematográficas são capazes de fazer sentir, compreender, dar espaço e promover a inclusão. Diversos filmes, programas de TV e séries são responsáveis por promover a visibilidade trans.
Essas produções, protagonizados por pessoas trans têm ganhado espaço e conquistado o público com histórias profundas, humanas e universais. Através da representação realista de suas vivências, esses conteúdos revelam o cotidiano e os desafios enfrentados, mas também a beleza e a força que existem nessas narrativas.
A presença de personagens e atores trans no audiovisuais não apenas inspira, mas também conscientiza o público sobre a importância da inclusão e do respeito à diversidade. Pensando nisso, o portal Gazeta Culturismo separou 16 filmes, séries e programas na Netflix que dão protagonismo às pessoas trans.
Na quarta temporada, o público é apresentado à Natalie: uma adolescente do oitavo ano que retorna ao acampamento após revelar sua identidade como menina trans. A personagem, dublada por Josie Totah e desenvolvida com o apoio criativo da comediante Patti Harrison, marca a estreia de uma representação trans na produção.
Logo em sua chegada, Natalie enfrenta uma série de comentários invasivos e desconfortáveis. Perguntas impróprias sobre sua intimidade e críticas ao seu modo de vestir tentam colocá-la em uma posição defensiva. Em vez de se calar, ela reage com firmeza, usando esses momentos para conscientizar os colegas sobre o que significa ser uma pessoa trans.
Idealizada por J. Michael Straczynski e as irmãs Lana e Lilly Wachowski, a série “Sense8” apresenta uma trama intrigante que acompanha a vida de oito pessoas com habilidades especiais. Elas podem se conectar telepaticamente e vivenciar as experiências umas das outras, criando um laço profundo e emocional. Entre esses personagens, destaca-se Nomi Marks, interpretada por Jamie Clayton, uma ativista trans e hacker que desafia as normas sociais e políticas.
No passado, Nomi utilizou suas habilidades de hacking para ajudar seus amigos trans, permitindo que obtivessem documentos essenciais, como carteiras de identidade e passaportes, algo impossível devido às restrições governamentais impostas às pessoas trans. Ao longo de duas temporadas, ela não só revela novos poderes, como também se apaixona e encontra um lugar seguro ao lado de sua família escolhida, criando uma conexão única com os outros “sensates”.
Nesta comédia sombria, uma matriarca rica tenta manter a imagem de perfeição de sua família após a amante de seu marido revelar segredos ocultos. A trama gira em torno de uma disfuncional família de classe alta mexicana que administra uma floricultura e um cabaré em dificuldades, ambos chamados A Casa das Flores. A série inclui histórias e personagens queer, como mulheres trans e drag queens que comandam o cabaré, a advogada María José (Paco León), que é trans, e Julián de la Mora (Darío Yazbek), o filho mais novo da família, que se assume bissexual.
Neste especial de 45 minutos da nostálgica série animada dos anos 90 “A Vida Moderna de Rocko”, Rocko e seus amigos retornam a O-Town depois de passarem duas décadas no espaço. Ao voltar para o final dos anos 2010, eles descobrem que o mundo mudou drasticamente, e Rocko fica especialmente confuso com os avanços da tecnologia moderna.
Enquanto isso, uma história emocionante e progressista se desenrola quando os vizinhos sapos de Rocko, Bev e Ed Bighead, enfrentam uma reviravolta em suas vidas quando sua filha, Rachel, se assume como trans. Este especial traz uma nova perspectiva, combinando humor com uma exploração cuidadosa da identidade no mundo atual, ao mesmo tempo que honra a essência amada da série original.
O reboot Crônicas de São Francisco, baseado nos romances de Armistead Maupin, revisita os personagens queer do 28 Barbary Lane em São Francisco, com uma atualização moderna e uma representação mais inclusiva.
Originalmente, Olympia Dukakis, uma atriz cisgênero, interpretou Anna Madrigal, a matriarca trans do complexo de apartamentos. Neste reboot, enquanto Dukakis retoma seu papel, a atriz trans Jen Richards interpreta a versão mais jovem de Anna em cenas de flashback, marcando um passo importante em direção à representação autêntica.
A minissérie também conta com uma diversidade de talentos trans e não binários, tanto na frente quanto atrás das câmeras, incluindo atores como Garcia e Daniela Vega (Uma Mulher Fantástica), o roteirista Thomas Page McBee (The Umbrella Academy) e os diretores Silas Howard e Sydney Freeland (Rez Ball).
Na terceira temporada de “The Umbrella Academy”, o personagem de Elliott Page passa por uma transformação significativa, tanto na vida real quanto dentro da narrativa. Após se assumir como homem trans em 2020, o personagem de Page, Viktor Hargreeves, também faz sua transição na série, estreando um corte de cabelo mais curto e apresentando seu nome escolhido aos seus irmãos. O momento se torna ainda mais especial pela aceitação e apoio demonstrados pelos irmãos.
Este documentário oferece uma exploração abrangente sobre como os personagens trans têm sido retratados na mídia, tanto contemporânea quanto histórica. Ele examina o impacto que essas representações tiveram sobre a comunidade LGBTQ+ e a cultura americana como um todo. Com a participação de importantes criativos e pensadores trans, como Laverne Cox, Susan Stryker, Alexandra Billings, Chaz Bono e Leo Sheng, o filme aborda suas experiências pessoais e reflexões.
Na série de reality drag brasileira “Nasce Uma Rainha”, as apresentadoras Gloria Groove e Alexia Twister assumem o papel de “Fadas Madrinhas”, orientando aspirantes a drag queens e kings na transformação definitiva.
A cada episódio, as mentoras ajudam um participante a passar por uma mudança impressionante, ensinando não só sobre estética drag, mas também habilidades de performance, confiança e autoexpressão.
Com uma mistura de humor, emoção e um toque de brilho, o programa combina elementos de “Queer Eye” e “RuPaul’s Drag Race”, oferecendo uma experiência alegre e motivadora ao público.
Em “De Volta Aos 15”, Anita (Camila Queiroz) é uma mulher de 30 anos que sente que sua vida está desmoronando. Mas, ao acessar seu antigo blog de fotos em seu laptop ultrapassado, ela é inesperadamente transportada de volta para sua versão de 15 anos, em 2006. É o primeiro dia de aula, e Anita se vê lidando com o caos típico da adolescência, incluindo os rituais de trote.
Enquanto busca refúgio na biblioteca, ela conhece César (Nila), um estudante gay que sofre assédio diário por sua sexualidade. Quando Anita retorna ao presente, ela descobre que César passou por uma transição e agora vive como Camila (Alice Marcone), que se assumiu como trans. Essa narrativa de viagem no tempo mistura temas de crescimento pessoal, amizade e identidade, destacando uma poderosa jornada de autodescoberta.
Este curto documentário de 29 minutos, indicado ao Prêmio Peabody em 2023, acompanha a ativista australiana dos direitos trans Georgie Stone enquanto ela se prepara para a cirurgia de afirmação de gênero.
Dirigido por Maya Newell, o filme destaca a jornada de Stone desde a infância até a fase adulta, contando sobre seu ativismo precoce em prol dos jovens trans, motivado pelas dificuldades que enfrentou para acessar tratamentos hormonais.
O documentário oferece não apenas um olhar íntimo sobre sua militância, mas também mostra o sistema de apoio ao seu redor, incluindo família, amigos e profissionais da saúde, que desempenham um papel crucial em sua trajetória.
No longa de animação em stop-motion de Henry Selick, Wendell & Wild, o filme apresenta uma série de personagens divertidos, incluindo os irmãos demônios-títulares, dublados por Jordan Peele e Keegan-Michael Key.
Entre os personagens de destaque está Raúl (dublado por Sam Zelaya), um estudante trans que se torna um amigo leal e solidário da protagonista, Kat (Lyric Ross). Raúl é retratado como um personagem totalmente dimensional, com aparência masculina, e embora haja pequenos indícios de sua história pré-transição, sua identidade trans não é o ponto central de seu personagem.
Como observa o editor do filme, a transgeneridade de Raúl é apenas uma parte de quem ele é, integrada naturalmente ao seu papel, sem ser o aspecto definidor de seu personagem, tornando sua representação refrescante e sutil.
Essa é uma série de comédia animada que apresenta Barney, um personagem trans dublado pelo ator trans Zach Barack. Criada por Hamish Steele, a série segue Barney e sua amiga Norma enquanto eles navegam pela adolescência trabalhando em um parque temático assombrado.
A série explora identidade e aceitação, já que Barney foge de casa depois de enfrentar uma dura rejeição de sua família, especialmente quando sua avó se recusa a aceitar sua transição.
O parque se torna seu refúgio, onde ele encontra novos amigos, paixões e criaturas sobrenaturais, enquanto navega em sua jornada pessoal em um ambiente seguro e acolhedor.
A série de Richard Gadd segue a vida do comediante em dificuldades Donnie Dunn (Gadd), cuja complicada relação com uma stalker (Jessica Gunning) o obriga a enfrentar um trauma não resolvido do seu passado. Um dos destaques da série é a performance de Nava Mau, que interpreta Teri, uma mulher trans e terapeuta americana que Donnie conhece em um aplicativo de namoro.
O papel de Mau lhe rendeu uma indicação ao Emmy, fazendo dela a primeira atriz trans a ser reconhecida em sua categoria, um momento significativo tanto para a narrativa da série quanto para o panorama da representação trans na televisão.
O documentário destaca as vozes de comediantes trans e não binários, como Mae Martin, Patti Harrison, Roz Hernandez e KJ Whitehead, oferecendo uma perspectiva única sobre a evolução da representação LGBTQ+ na comédia. A produção é uma celebração de como o humor tem sido uma ferramenta de resistência, compreensão e visibilidade dentro da comunidade LGBTQ+.
“Will & Harper” é um documentário emocionante que retrata os amigos de longa data Will Ferrell e Harper Steele enquanto eles embarcam em uma viagem de carro pelo país. A jornada toma um rumo pessoalmente profundo quando Harper, uma ex-redatora do Saturday Night Live, se assume como uma mulher trans.
A viagem se torna uma forma para ambos os amigos navegarem por essa nova fase em seu relacionamento de 30 anos. Dirigido por Josh Greenbaum, a produção captura a jornada emocional de Will e Harper, com Harper refletindo sobre o momento transformador em que se sentiu verdadeiramente vista e compreendida por Will. É uma exploração tocante de amizade, aceitação e compreensão diante da mudança.
O ousado drama musical “Emilia Pérez”, dirigido por Jacques Audiard, segue a história de uma líder do cartel mexicano (Karla Sofía Gascón) que recruta uma advogada de alto nível (Zoe Saldaña) para ajudá-la a forjar sua morte, a fim de realizar procedimentos de afirmação de gênero e viver autenticamente como seu verdadeiro eu.
O filme estreou no Festival de Cannes e fez história ao receber 13 indicações ao Oscar, incluindo a indicação de Gascón, que se tornou a primeira atriz trans a ser indicada à Academia. “Emilia Pérez” se tornou o filme mais indicado do ano, além de ser o filme em língua não inglesa com mais indicações na história do Oscar. O filme venceu o prêmio de Melhor Performance de Saldaña e a canção original “El Mal”.
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