Conheça a Eddyland, fliperama pessoal de brasileiro com mais de R$ 300 mil de investimento

André Santos conta como surgiu a ideia de ter um fliperama em casa

eddyland coleções máquinas de fliperama 3

É comum relacionar coleções à brincadeira de criança. Afinal, quem nunca colecionou na infância cartas do programa favorito, bolinhas de gude e outros brinquedos? Apesar do senso comum, o ato de colecionar nunca foi apenas infantil. Pesquisas apontam que a influência do colecionismo veio da Pré-História, e que a atividade surgiu oficialmente há cerca de 400 a 600 mil anos. A melhor forma de entender essa paixão é, de fato, conhecer pessoas que tenham pelo menos uma coleção.

Natural de São Paulo, o baterista André Santos (Eddy), de 39 anos, possui um espaço inteiro dedicado à sua coleção de máquinas de fliperama e outros objetos da cultura geek em casa. Ao portal Gazeta Culturismo, ele contou que sempre foi apaixonado pelas máquinas de jogos, sobretudo as de Pinball. Entretanto, não tinha fácil acesso a elas. “Quando criança, não tinha muito como jogar, mas sempre tive o sonho de ter uma obra de arte dessa em casa”, relata.

O primeiro incentivo ocorreu em 2019, quando Paula, esposa de Eddy, o presenteou com sua primeira máquina: uma Sega Space Jam de 1996. “Nessa época, montei meu primeiro espaço que era literalmente o meu quarto. A máquina ficava entre cama, guarda-roupas etc.”, conta.

A partir daí, o interesse de infância se transformou em um hobby sério, e a Eddyland nasceu. “O nome acabou sendo uma espécie da icônica Neverland do Michael Jackson, só que versão micro (risos)”, explica de forma bem humorada.

Primeira versão da Eddyland, no quarto de André Foto Arquivo Pessoal
Primeira versão da Eddyland, no quarto de André (Foto: Arquivo Pessoal)

Além do tempo investido, há todo um investimento financeiro. “Parei de contar quando passou de 300 mil reais“, diz Eddy ao ser questionado sobre o investimento. “As máquinas precisam de manutenções e é tudo muito caro porque não tem peça nacional… É tudo atrelado ao dólar. Aí eu fui pegando máquinas mais modernas que, custavam mais caro, mas que quase não precisam de manutenções”, acrescenta.

Por outro lado, como todo colecionador, André Santos também já chegou a lucrar com a coleção. “Já ganhei dinheiro também com essa brincadeira, às vezes vendendo máquinas para quem quer entrar no hobby. Já aluguei algumas também, que não faziam parte da minha coleção”, afirma o músico.

Mais do que uma coleção, a Eddyland é um sonho realizado

Por causa do investimento, Eddy adquiriu mais que experiência. Ele fez novos amigos, que compartilham do mesmo gosto e, ao longo dos anos, sua coleção foi crescendo. Além das máquinas, o espaço exclusivo recebeu ainda mais emoção, já que diversos artigos e bonecos do cinema também ganharam espaço. “Nessa altura já entendia bem mais das máquinas, tinha feito vários amigos nesse meio, já tinha quatro máquinas, luminosos, jukebox, bonecos de terror e a maioria das coisas que eu fui garimpando”, diz o colecionador.

eddyland coleção de máquinas de fliperama 2
Eddyland atualmente (Foto: Arquivo Pessoal)

Hoje, ele possui até uma máquina rara, que se tornou sua favorita. “Gosto de muitos jogos, mas atualmente o meu favorito é uma máquina da Spooky Pinball Alicecooper, que só foram fabricadas 500 no mundo. Só tem duas no Brasil e uma delas está na minha coleção”, conta Eddy.

Mas o baterista não é daquelas pessoas que apenas observam a coleção e não deixam ninguém tocar em nada. Mesmo que não passe horas jogando no fliperama pessoal, ele ainda faz isso de vez em quando. “Passo mais tempo curtindo o ambiente, com o som ligado e admirando a coleção do que jogando. Mas todo tempo que tenho livre, corro lá pra jogar um pouco”, revela.

eddyland coleção de máquinas de fliperama 4
Eddy com sua esposa Paula e amigos, na Eddyland (Foto: Arquivo Pessoal)

Apesar dos gastos, Eddy fala com orgulho sobre os diversos benefícios que o hobby trouxe para ele. “No final das contas, a Eddyland é uma grande terapia para mim. Pelo menos três vezes por ano eu reúno os melhores amigos que fiz no pinball para curtir comigo, e eventualmente familiares também. É mais do que um espaço, [a Eddyland] representa a realização de um sonho de vida“, finaliza.

Receba as principais notícias diariamente em seu celular. Entre no canal de WhatsApp do portal Gazeta Culturismo clicando aqui.


Luanna Mendes
Autor: Luanna Mendes

Apaixonada por jornalismo musical, ambiental e político, tem interesse por diferentes culturas e idiomas. Além da redação, é também fascinada por fotografia e pelo universo do entretenimento da Coreia do Sul. Com pautas focadas no mundo da arte, do entretenimento e da cultura pop asiática, busca trazer leveza ao caos do dia a dia, além de promover o acesso à informação e gerar oportunidades para todos.

Copyright © 2024 // Todos os direitos reservados.