Filme “Uma Bela Vida” traz reflexões em histórias de pacientes com doenças terminais

Novo drama francês explora o fim da vida com emoção, filosofia e atuações marcantes

Filme 'Uma Bela Vida' estreia no dia 17 de julho no Brasil (Foto: reprodução)

“Uma Bela Vida”, novo filme do premiado diretor Costa-Gavras, já tem data para estrear nos cinemas brasileiros, após exibições em festivais internacionais como San Sebastián e Festival do Rio. A produção francesa reúne grandes nomes do cinema europeu para contar uma história sensível sobre os últimos momentos da vida.

Estrelado por Kad Merad e Denis Podalydès, o longa acompanha o médico paliativista Augustin Masset e o filósofo Fabrice Toussaint, que embarcam em uma jornada de conversas profundas com pacientes terminais. Cada encontro oferece uma reflexão existencial sobre o valor da vida e o enfrentamento da morte.

A narrativa é baseada no livro Le Dernier Souffle, ainda inédito no Brasil, escrito pelo jornalista Régis Debray e pelo médico Claude Grange. A obra inspirou o roteiro do filme e deu profundidade às histórias retratadas na tela.

Diálogos intensos e paisagens comoventes em “Uma Bela Vida”

No enredo, Masset conduz Toussaint por uma série de visitas a pacientes que estão em seus últimos dias. Entre eles, uma socialite parisiense, uma mãe que deseja comer ostras e beber vinho à beira-mar e uma matriarca que prefere manter sua morte assistida em segredo. Esses relatos trazem não só tristeza, mas também momentos de leveza, desejos singelos e o enfrentamento sereno do fim.

O próprio Toussaint, um intelectual acostumado ao debate abstrato, é forçado a encarar suas próprias angústias e a finitude da existência. A relação entre médico e filósofo torna-se o fio condutor da trama, trazendo à tona temas como o medo da morte, o ego, o legado e a aceitação.

A ambientação cuidadosa, com cenários naturais e urbanos da França, reforça o tom poético do filme. A trilha sonora discreta e o ritmo contemplativo oferecem espaço para a emoção emergir com naturalidade.

Costa-Gavras retorna com cinema mais íntimo e filosófico

Conhecido por obras politicamente engajadas como “Z” e “Missing”, o diretor Costa-Gavras apresenta um lado mais íntimo e reflexivo. Apesar da mudança de foco, a abordagem crítica e a atenção às tensões humanas profundas continuam presentes.

O elenco é outro ponto alto da produção. Além de Merad e Podalydès, estão presentes Angela Molina, Charlotte Rampling, Hiam Abbass, Karin Viard, Marilyne Canto e Agathe Bonitzer, todos em performances contidas e emocionantes. Destaque para Rampling, que, com poucas palavras, transmite camadas de significado em cada olhar.

Segundo dados da Unesco e da OMS, mais de 40 milhões de pessoas no mundo necessitam de cuidados paliativos a cada ano, e cerca de 78% delas vivem em países de baixa e média renda. O filme se insere nesse contexto com respeito e empatia, ampliando a discussão sobre o direito a uma morte digna.

Reflexões sobre o que permanece

Uma Bela Vida” não busca respostas fáceis. Pelo contrário, convida o espectador a pensar sobre suas escolhas, o tempo que resta e o que realmente importa. Em tempos de aceleração e distanciamento, o filme resgata a importância do olhar, da escuta e da presença.

A estreia do filme no Brasil está marcada para o dia 17 de julho.

Assista o trailer do filme “Um Bela Vida”:

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Pollyana Cicatelli
Autor: Pollyana Cicatelli

Jornalista pós-graduada em Comunicação Organizacional e especialista em Cultura, Arte e Entretenimento. Com ampla experiência em assessoria de imprensa para eventos, também compôs redações de vários veículos de comunicação. Já atuou como agente de viagens e agora se aventura no cinema como roteirista de animação.

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