Projeto conta com mais de 27 entrevistas de bandas que marcaram época
A cena musical de Goiânia se tornou, ao longo dos anos 2000, um dos maiores fenômenos independentes do país e o documentário “Goiânia Rock City“, dirigido por Théo Farah, resgata essa vibrante trajetória e retrata a evolução do rock na capital goiana. Com estreia marcada para o próximo dia 24 de janeiro, às 21 horas, no Cine Ritz, o longa-metragem promete uma imersão profunda na história do gênero da capital sertaneja.
Os anos 2000 são destacados no filme como a “época de ouro” da música independente em Goiânia. O documentário reúne 27 entrevistados que ajudam a reviver uma fase marcante da cidade, abordando o surgimento de algumas das bandas mais icônicas da época, os espaços culturais que fomentaram a cena e os festivais e selos que impulsionaram o rock local. Além disso, a produção também explora a crescente diversificação da música goiana, abrangendo desde o metal e hardcore até o hip hop.
Com uma trilha sonora energética e uma montagem dinâmica, “Goiânia Rock City” captura a essência de um período que ajudou a moldar a identidade cultural da cidade. O diretor Théo Farah destaca que sempre se incomodou com a falta de uma abordagem mais completa desse período nas produções locais. “Sempre me incomodou o fato deste período não ter sido abordado de maneira mais completa em nenhuma produção local”, explica Farah. Ele ainda complementa: “Achei que contar esta história seria uma forma de eternizar um momento tão importante para a música goiana e brasileira.”
O projeto foi viabilizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, do Governo Federal, e contou com a execução do Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura. A produção executiva ficou a cargo de Bruno Abdala, enquanto a direção de fotografia foi assinada por Bruno Fiorese.
A saga do rock goiano também é marcada por figuras lendárias, como Carlos Brandão, que compartilham suas memórias emocionantes no filme. O diretor garante que as “tretas” da cena não ficaram de fora, incluindo as disputas ideológicas entre as gravadoras Two Beers Records e Monstro Discos. Momentos históricos como o Rock Pelo Niemeyer, liderado por Pablo Kossa, e o famoso “dia do rock” na Pecuária de Goiânia – onde bandas independentes tomaram o palco principal da maior festa agropecuária do país – são relembrados ao longo da produção.
O Centro Cultural Martim Cererê, um dos principais pilares dessa cena, não poderia ser deixado de lado. Localizado na Travessa Bezerra de Menezes, no Setor Sul, o espaço foi o berço de vários festivais importantes, como Vaca Amarela, Goiânia Noise e Bananada, sendo o primeiro palco de muitos artistas da cidade. Bandas como Mechanics, MQN, Black Drawing Chalks, Hellbenders, Girlie Hell e a goianíssima Rollin Chamas também marcam presença nas entrevistas.
Théo Farah ressalta a ousadia de se fazer rock em uma cidade historicamente dominada pelo sertanejo. “Falar de rock numa terra historicamente dominada pelo sertanejo é muito difícil e, até certo, ponto subversivo”, aponta Théo Farah sobre a concepção do documentário. “O rock nada mais é do que subversão, nadar contra a maré e lutar por um ideal. Então eu creio que o filme Goiânia Rock City já nasceu lá atrás com uma essência roqueira e que tem o papel de espalhar esta atitude rock and roll mundo afora”, conclui.
Documentário "GOIÂNIA ROCK CITY", um filme de Théo Farah
Data: 24 de janeiro (sexta-feira), às 21 horas
Local: Cine Ritz (Rua 8, Setor Central, Goiânia - GO)
Ingressos: Gratuito | Sympla
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Biólogo por formação, atualmente cursando Engenharia Ambiental. Apreciador de filmes e jogos de vários gêneros. Começou a escrever web novels, até chegar a posição de repórter.
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