Nascido há 25 anos, herói pioneiro promete retorno de forma surpreendente
Entre as décadas de 1970 e 2000, os heróis tokusatsu marcaram gerações no Brasil. Produzidos no Japão e transmitidos em canais abertos, personagens como Jaspion, Jiraya, Changeman e Kamen Rider Black se tornaram ícones da cultura pop e influenciaram profundamente o imaginário de jovens brasileiros. No entanto, todos esses heróis vinham de fora. A mudança nacional começou no ano 2000, com o surgimento de um nome inédito no cenário nacional: Insector Sun, o primeiro herói tokusatsu 100% brasileiro.
A mente por trás desse projeto pioneiro é Chris Lee, que assumiu diversas funções para tornar o sonho uma realidade, Lee é criador, roteirista, diretor e o próprio intérprete do protagonista Kri Lee, que após receber o Wind Stone do Mestre Long Shin, pôde se tornar Insector Sun, o guardião da terra. Em entrevista exclusiva ao portal Gazeta Culturismo, Lee compartilhou detalhes sobre a criação do personagem, as motivações por trás da iniciativa e os planos para o futuro do herói.
A jornada do Insector Sun começou ainda nos anos 1990, quando Chris Lee nutria o sonho de criar um herói brasileiro nos moldes dos grandes nomes japoneses. “Eu era apenas um garoto assistindo Jaspion e Kamen Rider Black na TV aberta. Sempre me perguntava: ‘E se existisse um herói como esse aqui no Brasil? Como ele seria?'”, relembra.
Em 2000, esse sonho tomou forma. Com a colaboração de artistas marciais, figurinistas, cinegrafistas, técnicos de efeitos especiais e atores, nasceu a primeira temporada do Insector Sun. Com cenas repletas de lutas coreografadas, transformações estilizadas e as clássicas explosões do gênero, o herói passou a ganhar notoriedade entre os fãs mais fiéis do estilo.
Segundo Lee, a proposta sempre foi unir elementos das narrativas japonesas, mas com aquele gosto brasileiro. “Nasceu da paixão por super-heróis e cultura pop oriental, um herói que combina o espírito dos clássicos japoneses com a alma brasileira.”
Questionado sobre qual dos subgêneros (Sentai, Metal ou Rider) inspiraram Insector Sun, o criador respondeu: “a principal base estética e filosófica é, sem dúvida de Kamen Rider. A jornada solitária, o peso da responsabilidade, o dilema humano por trás da máscara”.
Enquanto o tokusatsu permanece forte no Japão com novas temporadas e personagens, no Brasil o gênero perdeu espaço ao longo dos anos. A partir dos anos 2000, o interesse do público diminuiu e poucas produções chegaram ao país, a maioria vinda da adaptação americana Power Rangers.
Apesar disso, Chris Lee acredita que o gênero nunca foi esquecido em solo brasileiro. “O tokusatsu nunca morreu de verdade no Brasil, ele ficou adormecido no coração dos fãs. O que está acontecendo agora é um resgate cultural, impulsionado pela internet, plataformas de streaming e eventos geeks”, afirma.
Para ele, o renascimento do gênero também tem uma razão simbólica: “A nova geração está descobrindo o gênero, enquanto os veteranos reencontram aquela faísca da infância. Além disso, temas como justiça, empatia e coragem voltaram a ser urgentes, e o tokusatsu fala exatamente sobre isso”.
Na visão do criador de Insector Sun, produzir uma série no Brasil não é tarefa fácil. Segundo Chris Lee, os desafios vão desde a falta de financiamento até a infraestrutura precária para produções independentes. “É difícil conseguir apoio comercial. As maiores barreiras são o financiamento e a infraestrutura. Fazer uma série estilo tokusatsu exige muitos figurinos, efeitos, logística de filmagem e segurança”, explica.
No entanto, ele destaca a importância da comunidade que abraça o projeto desde o início: “O que nos falta em recursos, a gente compensa com criatividade e paixão. Cada cena gravada é uma vitória. Cada fã que compartilha é parte da produção.”
Após 25 anos da estreia, Insector Sun continua ativo. Os episódios das duas primeiras temporadas estão disponíveis gratuitamente no YouTube, juntamente com materiais extras como bastidores, making-of, entrevistas, além de HQs e mangás, que podem ser acessados diretamente no site oficial do herói.
E há novidades a caminho. Um novo filme está em desenvolvimento, marcando o início de uma nova fase do herói. “Os fãs podem esperar um Insector Sun mais maduro, com efeitos aprimorados, novas ameaças, novos aliados e, principalmente, muito coração“, antecipa Lee.
Questionado se o filme do Guardião da Terra iria encerrar a história, Lee comentou que este é um novo começo para o herói. “Já estamos planejando uma nova temporada e expandindo o universo de Insector Sun”, revela.
Chris também deixou um recado final para os fãs: “A todos que acompanham essa nossa jornada que já dura 25 anos muito obrigado. Vocês são a energia que alimenta esse projeto. Aos fãs antigos, que acreditaram desde os primeiros vídeos, minha eterna gratidão. Aos novos, sejam bem-vindos à resistência do bem. Nunca deixem de acreditar nos seus sonhos, na esperança e na transformação. O Sol sempre nasce para quem luta com o coração!”
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Biólogo por formação, atualmente cursando Engenharia Ambiental. Apreciador de filmes e jogos de vários gêneros. Começou a escrever web novels, até chegar a posição de repórter.
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