Luz Negra celebra o rap feminino com show marcante no 24º Festival Vaca Amarela

No dia 9 de novembro, o segundo dia do 24º Festival Vaca Amarela, em Goiânia, foi marcado por uma das apresentações mais potentes da noite: o show da rapper goiana Luz Negra, que celebrou uma década de trajetória artística com uma performance repleta de identidade e força feminina.

Esta foi a segunda participação de Luz Negra no festival, um dos mais importantes do cenário independente brasileiro, e também um momento de celebração pela consolidação de uma carreira construída com autenticidade e resistência. No palco do Vaca Amarela, Luz Negra apresentou músicas que já se tornaram hinos do rap goiano, como “Resistência”, “A Cura” e “100 Km”, além da faixa composta para a trilha sonora do filme Não Existe Ninja de Pele Preta. Outra canção que não ficou de fora foi o seu mais recente single “Preta Como a Escuridão” — ainda inédito oficialmente, mas já conhecido e celebrado pelo público.

Embora em franca carreira solo, a rapper não subiu totalmente sozinha ao palco. Acompanhada pelo DJ Eski, seu irmão e parceiro musical, juntos formam o que ela chama de “Irmãos Luz”, dupla que potencializa a energia de suas apresentações. Um dos momentos mais marcantes da apresentação foi quando Luz Negra convidou Malu Poesia, Tisha, Queen, Mana Sol, Jahpa de Vênus, Danny Ribbs e Sara Linhares para o palco. Juntas, elas interpretaram a cypher do projeto Coletivo Máfia das Brabas (CMB), símbolo da força e da união das mulheres no rap goiano.

Durante o show, Luz Negra aproveitou para fazer um discurso contundente sobre o machismo na cena, criticando artistas e produtores que ainda reproduzem práticas desiguais — como convidar mulheres para colaborações sem cachê — e reforçou a importância da autonomia feminina na música.

Com uma presença de palco poderosa e um repertório que equilibra lirismo, crítica social e identidade negra, o show da artista Luz foi um dos destaques do domingo no Festival Vaca Amarela, reafirmando o papel das mulheres do hip hop como protagonistas de uma nova fase da música independente.

10 Anos de Luz

Luz Negra iniciou sua caminhada na música com voz e violão, interpretando clássicos da música preta brasileira desde 2015. Alguns anos depois, integrou o grupo de rap Wu-Kazulo, com o qual se apresentou em diversos festivais e eventos de destaque em Goiás. Com a chegada da pandemia, o grupo entrou em hiato e cada integrante seguiu novos caminhos. Nesse período, Luz Negra se formou em Musicoterapia e passou a integrar o time de locutores da Rádio Moov FM, a primeira emissora brasileira dedicada integralmente ao hip hop, onde permaneceu por quase dois anos.

Atualmente, a rapper divide-se entre os atendimentos como musicoterapeuta e o fortalecimento de sua carreira solo, com lançamentos de singles e videoclipes, além de uma presença cada vez mais marcante nos palcos. Este ano, Luz também se tornou artista residente do projeto Rua Mix 360, do Vera Cult Ponto de Cultura, onde aprofunda o trabalho de profissionalização de sua carreira e o aprimoramento de sua técnica vocal.

Prestes a lançar seu primeiro disco solo, ela vem preparando o público para uma nova fase, de maturidade e liberdade artística. Sem dúvidas, Luz Negra é uma das cantoras mais preparadas que temos para alçar novos voos — “como uma borboleta que acaba de sair do casulo” —, e o público pode acompanhar essa transformação em @luznegrarap nas redes e plataformas digitais.

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