O mergulho em águas rasas é a segunda causa de lesão medular no Brasil durante o período de férias
Com o aumento das atividades de lazer em rios, cachoeiras e piscinas no mês de julho, o risco de acidentes graves envolvendo mergulho em águas rasas também cresce. O Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo (Crer), do Governo de Goiás, alerta que essa prática está entre as principais causas de lesão medular traumática no país, especialmente no período de férias.
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Coluna (SBC), esse tipo de trauma é a segunda maior causa de lesão medular nas férias, ficando atrás apenas dos acidentes de trânsito. O impacto direto na cabeça pode provocar fraturas nas vértebras cervicais e lesões graves na medula, resultando em paralisias que comprometem totalmente a mobilidade da vítima.
Eduardo Carneiro, gerente de reabilitação física do Crer, destaca que medidas simples podem evitar tragédias. “O mergulho em águas rasas parece inofensivo, mas pode trazer consequências severas e permanentes. A prevenção começa com atitudes conscientes e respeito aos limites do corpo e do ambiente”, afirma.
O jovem Raezio Nascimento Bezerra, hoje com 18 anos, vive em reabilitação no Crer após um acidente ocorrido durante um mergulho no Natal de 2023. Em um passeio com a família, ele decidiu saltar de ponta em um riacho onde a água batia na altura dos ombros. O impacto causou uma lesão cervical imediata.
“Na hora, perdi os movimentos. Meu primo achou que era brincadeira, mas uma senhora viu que era grave e pediu socorro. Fiquei esperando o Samu por cerca de 40 minutos, imobilizado por um homem que entendeu a gravidade”, relata.
Raezio era um adolescente ativo, apaixonado por natureza, esportes e aventuras. Após o acidente, viu sua vida mudar radicalmente. Hoje, encara o processo de recuperação como uma nova fase. “Minha reabilitação é lenta, mas cheia de aprendizado. Ganhei força no tronco e nos braços, e sigo tentando ver o mundo por um novo ângulo”, diz o jovem.
Para evitar acidentes que podem deixar sequelas irreversíveis, o Crer orienta cuidados fundamentais:
– Jamais mergulhar em locais desconhecidos ou sem verificar a profundidade da água;
– Evitar brincadeiras de empurrar pessoas na água, principalmente próximas a pedras ou bordas;
– Não consumir bebidas alcoólicas ou outras substâncias antes de nadar;
– Evitar saltos de locais altos ou acrobacias sem segurança;
– Em caso de acidente, não mover a vítima e chamar imediatamente o Samu (192) ou Corpo de Bombeiros (193).
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