Medicamento causa reações desfavoráveis no corpo, causando outros problemas
O avanço do uso do Mounjaro, medicamento criado para o tratamento do diabetes tipo 2 e que ganhou notoriedade como aliado do emagrecimento, acendeu um sinal de alerta em consultórios especializados em saúde capilar por aumento de casos de calvície. Embora a queda de cabelo não esteja listada oficialmente como efeito colateral, o tema passou a surgir com frequência entre pacientes que utilizam a medicação.
De acordo com o médico especialista em implante capilar, Cléber Stuque, o problema não está diretamente ligado à fórmula do remédio, mas às reações que ele provoca no organismo de pessoas com predisposição genética à calvície.
“Os relatos são consistentes e seguem um padrão clínico conhecido. Não é que o medicamento destrua o folículo, mas a rápida perda de peso e o desequilíbrio nutricional que ela causa podem desencadear ou acelerar quadros de queda”, afirma o médico.
Segundo o especialista, o quadro mais comum associado ao uso do medicamento é o eflúvio telógeno, condição caracterizada por uma queda intensa e difusa dos fios após mudanças bruscas no metabolismo. “O Mounjaro frequentemente provoca emagrecimento rápido, e esse tipo de estresse metabólico faz com que vários fios entrem ao mesmo tempo na fase de queda”, explica Stuque.
Outro fator relevante é a diminuição do apetite, efeito comum do fármaco, que pode levar à ingestão insuficiente de nutrientes essenciais como proteínas, ferro, zinco e vitaminas. “O cabelo é um tecido sensível à carência nutricional. Quando o organismo entende que tem menos recursos, ele prioriza funções vitais e deixa os fios de lado”, detalha.
O médico ressalta que há um equívoco recorrente entre pacientes ao associar diretamente o uso do medicamento à necessidade de um transplante capilar. Segundo ele, o cenário observado na prática clínica é mais complexo.
“O que acontece é o seguinte: esse Ozempic, Mounjaro, é muito recente. O que nós temos visto aqui na clínica são pacientes que já haviam feito transplante conosco e que começam a atrapalhar um pouquinho o resultado final porque continuam usando Mounjaro. Isso está acontecendo muito”, afirma Dr. Stuque.
Ele destaca que, na maioria dos casos, os pacientes já apresentavam alopecia androgenética, condição hereditária que acaba sendo intensificada pelo impacto metabólico do emagrecimento acelerado.
“O paciente não chega aqui dizendo ‘eu quero fazer o transplante porque usei Ozempic ou Mounjaro e meu cabelo caiu’. Isso não existe de forma específica. O que acontece é que a pessoa já tinha alopecia androgenética, e o uso do medicamento piorou ainda mais a condição. Aí sim ela busca o transplante”, explica.
Diferenciar os tipos de queda é essencial para definir o tratamento adequado. Conforme explica Stuque, o eflúvio telógeno tende a ser temporário, enquanto a progressão da calvície hereditária pode resultar em perda permanente. “Se o folículo já tem predisposição genética à miniaturização, qualquer estresse metabólico pode acelerar o processo e tornar a perda permanente.”
– Queda persistente por mais de quatro a seis meses;
– Afinamento visível dos fios na região frontal ou no topo da cabeça;
– Histórico familiar de calvície;
– Emagrecimento muito rápido associado ao uso do medicamento.
– Acompanhamento nutricional regular;
– Perda de peso gradual, evitando choques metabólicos;
– Avaliação capilar precoce em pacientes com histórico de calvície;
– Estratégias médicas de suporte para fortalecimento dos fios.
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Apreciador de boas histórias, filmes e games. Repórter no portal Gazeta Culturismo.
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