Osteoporose atinge milhões no Brasil sem diagnóstico; saiba como prevenir

Doença enfraquece ossos, provoca fraturas graves e segue invisível para a maioria dos pacientes

Osteoporose avança em silêncio e atinge milhões no Brasil sem diagnóstico

Cerca de 10 milhões de brasileiros convivem hoje com a osteoporose, uma doença silenciosa que fragiliza os ossos e leva a consequências fatais. Dados oficiais indicam aproximadamente 200 mil mortes por ano associadas a complicações da condição no país.

O cenário global também preocupa. Estima se que 200 milhões de pessoas vivam com a doença no mundo, atingindo 23% das mulheres e 12% dos homens. O impacto cresce com o envelhecimento e se intensifica após a menopausa.

Mesmo com números alarmantes, a osteoporose segue pouco identificada. No Brasil, apenas 20% dos casos recebem diagnóstico. Isso significa que milhões só descobrem o problema após uma fratura grave. O risco ao longo da vida é alto. Especialistas calculam que 50% das mulheres e 20% dos homens acima dos 50 anos sofrerão ao menos uma fratura relacionada à perda óssea.

Doença silenciosa e fraturas inesperadas por osteoporose

Segundo o ortopedista e traumatologista Junichiro Sado Júnior, do Hospital Unique, a osteoporose costuma avançar sem sinais iniciais. “O paciente só vai ter sintomas quando há fraturas, como as de punho, costelas, coluna vertebral ou fêmur, que podem exigir cirurgia”.

Essas fraturas nem sempre resultam de grandes impactos. Quedas leves ou movimentos simples podem causar lesões severas, especialmente na coluna e no fêmur, comprometendo a mobilidade e a autonomia. Algumas fraturas vertebrais, inclusive, provocam deformidades permanentes na coluna e dor crônica. Em idosos, esse quadro eleva o risco de internações prolongadas e mortalidade.

Para o médico, identificar cedo é decisivo. O exame de densitometria óssea é apontado como o único capaz de detectar a perda óssea antes das complicações.

Diagnóstico e classificação da osteoporose

A osteoporose é caracterizada pela redução da densidade e da qualidade dos ossos, aumentando a chance de fraturas. Ela pode ser classificada como primária, ligada ao envelhecimento e à menopausa, ou secundária, causada por doenças ou medicamentos.

A forma mais grave ocorre quando há fraturas após traumas mínimos. Lesões no fêmur, coluna ou braço frequentemente levam à perda funcional, dor persistente e maior risco de morte. O diagnóstico envolve avaliação clínica e exames como densitometria óssea e radiografias. No SUS, protocolos oficiais orientam a realização de exames da coluna em casos suspeitos.

Além do diagnóstico, o acompanhamento contínuo é essencial para monitorar a evolução e ajustar estratégias de cuidado ao longo do tempo.

Fatores de risco que merecem atenção

O envelhecimento é um dos principais fatores, já que a perda de massa óssea acelera com a idade. Nas mulheres, a menopausa tem papel central devido à queda do estrogênio. A deficiência de cálcio e vitamina D também contribui de forma direta, pois ambos são fundamentais para a formação e manutenção dos ossos. A carência desses nutrientes fragiliza a estrutura óssea.

Há ainda fatores comportamentais e genéticos envolvidos. Histórico familiar, tabagismo, consumo excessivo de álcool, certas doenças e o uso prolongado de alguns medicamentos aumentam o risco.

De acordo com o especialista, a combinação desses fatores com baixa ingestão de cálcio e vitamina D amplia significativamente as chances de desenvolver a doença.

Como prevenir a osteoporose?

A prevenção passa, primeiro, pela alimentação. O consumo regular de alimentos ricos em cálcio, como laticínios, aliado à vitamina D, é indispensável para a saúde óssea.

A exposição solar diária de cerca de 15 minutos ajuda na síntese da vitamina D, podendo ser complementada por suplementação quando indicada por um médico. “Exercícios de fortalecimento ajudam a fixar o cálcio nos ossos. A musculação ou Pilates são fundamentais na prevenção da osteoporose e da fraqueza muscular”, recomenda Junichiro Sado Júnior.

Atividades físicas também melhoram o equilíbrio e reduzem o risco de quedas, uma das principais causas de fraturas em idosos. Medidas simples em casa fazem diferença. Instalar barras de apoio, usar pisos antiderrapantes, evitar tapetes soltos e optar por calçados seguros são cuidados essenciais.

Para quem já recebeu o diagnóstico, exames adicionais e tratamento medicamentoso podem ser necessários. Quando identificada precocemente, a osteoporose pode ser controlada, com menos cirurgias e melhor qualidade de vida.

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Autor: João Pedro Oliveira

Apreciador de boas histórias, filmes e games. Repórter no portal Gazeta Culturismo.

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