Projeto oferece uma série de oficinas gratuitas de formação técnica e inclusão cultural para artistas
Por muito tempo, o rap feito em Goiás foi subestimado, como se estivesse à margem de um movimento que pulsa nas quebradas de todo o Brasil. Mas a maré está virando. O Projeto Rua Mix 360 é uma prova concreta de que a cena goiana não apenas resiste — ela se organiza, se capacita e se expande com profissionalismo e consciência coletiva.
Realizado pelo selo Rua Mix em parceria com os Institutos Vera Cult e Catalise, com apoio do Ministério da Cultura e patrocínio do Instituto Cultural Vale, o projeto oferece uma série de oficinas gratuitas entre os dias 18 e 29 de julho, em Goiânia. O foco não está apenas na arte, mas em algo fundamental para a sobrevivência e consolidação de qualquer carreira: formação técnica e inclusão cultural.
Oficinas como “Formalização e Direitos Autorais”, “Marketing Para Artistas” e “Distribuição e Agenciamento Artístico” mostram que o projeto entende o que falta para que artistas locais consigam não só criar, mas viver de sua arte. A presença de Geovane Neves, referência nacional na gestão cultural e no Hip Hop, é um reforço de peso para essa construção. Ele traz, além de conteúdo, um histórico de lutas e vitórias dentro da cultura periférica.
Outro destaque é o compromisso com a acessibilidade, com oficinas voltadas à inclusão de pessoas surdas, coordenadas por Karolina Costa, liderança atuante na comunidade surda em Goiânia. Isso mostra que o projeto entende o rap como movimento plural, que precisa ser acessível a todos os corpos e vozes.
Antes mesmo das oficinas, o pontapé inicial será dado com uma conversa franca e inspiradora com Gigante no Mic, um dos nomes mais importantes do rap goiano. Ele representa o que muitos artistas locais almejam: reconhecimento nacional, autonomia criativa e respeito. Sua trajetória é prova de que é possível vencer, mas também reforça o quanto é necessário fortalecer o caminho para que mais vozes consigam chegar lá.
O rap é mais do que rima e batida: é discurso, é identidade, é estratégia. Em tempos em que a profissionalização pode significar a diferença entre ser ouvido ou silenciado, iniciativas como o Rua Mix 360 são vitais. Elas não apenas elevam a cena local, mas constroem um ecossistema onde artistas periféricos podem se manter firmes, conscientes e donos de sua própria narrativa.
Se Goiás quer ocupar seu lugar de direito no mapa do rap nacional, formação e rede são os primeiros passos — e o Rua Mix 360 está pavimentando esse caminho com excelência. Saiba mais sobre o projeto no instagram @rua_mix.
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Mari Magalhães é jornalista, roteirista, assessora de imprensa e fotodocumentarista com mais de 10 anos de atuação na cultura goiana Seu foco está voltado para novos talentos da música urbana contemporânea, cinema e atividades da cena underground. Contato:[email protected]
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