Iniciativa "Psicanálise na Praça" do psicanalista Jorge Cordeiro oferece sessões gratuitas na Praça do Sol e ajuda a quebrar o estigma sobre saúde mental
Desde 2012, o psicanalista Jorge Cordeiro transforma a Praça do Sol, em Goiânia, em um espaço de escuta, acolhimento e cuidado com a saúde mental. A ação, batizada de “Psicanálise na Praça“, oferece atendimentos gratuitos quinzenais a pessoas em situação de vulnerabilidade emocional e social, além de sessões virtuais. O projeto tem como objetivo a democratização do acesso à psicanálise e a redução do estigma acerca da busca por cuidado psicológico.
As sessões tratam temas como ansiedade, luto, autoestima, sexualidade e relacionamentos. Há quem procure o atendimento apenas em crises e quem compareça com frequência. Com horários agendados para evitar filas, a iniciativa atrai moradores da capital que, muitas vezes, não teriam acesso a esse tipo de serviço. “Algumas pessoas voltam a cada três meses, outras quinzenalmente. O importante é que saibam que podem contar com esse espaço sempre que precisarem”, comenta Jorge.
A proposta nasceu da percepção do psicanalista sobre o adoecimento causado pela vida urbana. Os impactos na saúde mental, agravados pela pressa, pelo isolamento e pela falta de conexão humana nas grandes cidades são reais e não param de crescer.
Segundo o Ministério da Previdência Social, o Brasil registrou quase 500 mil afastamentos por transtornos mentais em 2024. Esse foi o maior número da última década, reflexo de uma crise silenciosa que exige novas formas eficazes de cuidado e atenção.
“Levar a psicanálise para a praça é uma forma de criar um ambiente de escuta onde antes havia apenas pressa e isolamento”, afirma Cordeiro.
Apesar de atuar em consultório particular, Jorge Cordeiro reforça que o projeto é totalmente gratuito e sem fins comerciais. “Na praça, todos são tratados com o mesmo cuidado que teriam em um consultório. Muitos, inclusive, são acompanhados há anos sem ter nenhuma obrigação financeira”, diz.
“Quando as pessoas veem isso, se sentem mais encorajadas a procurar auxílio também. Precisamos acabar com o estigma contra quem busca apoio emocional”, finaliza.
Agora, ele planeja expandir o “Psicanálise na Praça” e reunir outros profissionais dispostos a oferecer o mesmo tipo de acolhimento – passo importante para ampliar o acesso e impactar positivamente mais vidas por meio da iniciativa.
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Apaixonada por jornalismo musical, ambiental e político, tem interesse por diferentes culturas e idiomas. Além da redação, é também fascinada por fotografia e pelo universo do entretenimento da Coreia do Sul. Com pautas focadas no mundo da arte, do entretenimento e da cultura pop asiática, busca trazer leveza ao caos do dia a dia, além de promover o acesso à informação e gerar oportunidades para todos.
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