Condição silenciosa cresce no Brasil e pode causar lesões e dores crônicas se não tratada
A síndrome da bunda morta, termo popular para a “amnésia glútea”, vem ganhando atenção entre especialistas pela sua alta incidência e impactos diretos na saúde. O ortopedista e traumatologista Márcio Godinho, da Hapvida, explica que a condição enfraquece os músculos glúteos, fundamentais para a estabilidade da pelve, e está fortemente associada ao excesso de tempo sentado e à falta de movimentação no dia a dia.
Segundo o médico, quando os glúteos deixam de ser ativados corretamente, outros músculos – como isquiotibiais, quadríceps e lombar – assumem funções de sustentação, causando desalinhamento postural e sobrecarga.
“A amnésia glútea é a inibição da ativação adequada dos músculos glúteos (máximo, médio e mínimo). Eles não deixam de funcionar por completo, mas ficam enfraquecidos e deixam de ser ativados da forma correta”, afirma Godinho. O resultado pode ser dor constante e redução significativa da qualidade de vida.
Entre os fatores mais comuns para o aumento de casos estão deslocamentos curtos de carro, jornadas prolongadas no home office e a chamada “comodidade tecnológica”, como pedir comida por aplicativo e usar controle remoto para tudo. Godinho alerta que pessoas que passam mais de 6 horas sentadas por dia podem ter até 30% menos ativação dos glúteos.
Mesmo na academia, erros na execução de exercícios como agachamento ou levantamento terra podem agravar o problema. “Isso é comum em pessoas que desenvolvem dores na lombar ou no quadril e não conseguem evoluir nos treinos”, reforça o ortopedista.
Alguns sinais curiosos ajudam a identificar a síndrome, como o Sinal do Bolso Vazio, quando uma das nádegas parece sem firmeza ao levantar, e o Sinal da Bunda de Pato, caracterizado por quadril empinado e hiperlordose lombar.
Ignorar a condição pode provocar desde inflamações musculares até compressão do nervo ciático. “Essa condição compromete a biomecânica natural do corpo. O paciente pode apresentar cansaço muscular ao subir escadas, dores ao correr ou desconforto ao permanecer em pé”, explica Godinho.
O tratamento exige reativação muscular com exercícios específicos, progressivos e supervisionados por fisioterapeutas ou educadores físicos. A recuperação costuma levar entre quatro e oito semanas.
Para prevenir, pequenas mudanças no dia a dia já fazem diferença: ponte glútea, clamshell com elástico e contrações isométricas são algumas opções eficazes. Mais do que estética, manter os glúteos ativos é investir em postura, desempenho físico e bem-estar.
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Apaixonada por jornalismo musical, ambiental e político, tem interesse por diferentes culturas e idiomas. Além da redação, é também fascinada por fotografia e pelo universo do entretenimento da Coreia do Sul. Com pautas focadas no mundo da arte, do entretenimento e da cultura pop asiática, busca trazer leveza ao caos do dia a dia, além de promover o acesso à informação e gerar oportunidades para todos.
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