Brasil atinge número histórico de superdotados mapeados e entra no top 6 global

O Brasil acaba de alcançar um marco significativo na área da inteligência de alto desempenho. Segundo a Associação Mensa Brasil — representante oficial da Mensa Internacional, maior organização de alto QI do mundo — o país ultrapassou a marca de 5 mil brasileiros identificados como superdotados, também chamados de “superinteligentes”.

Desse total, 1,9 mil são crianças e adolescentes, enquanto 3,1 mil são adultos que passaram pelos rigorosos testes da empresa. Esses dados colocam o Brasil em sexta posição no ranking global da organização, ao lado do Japão, ambos com o mesmo número de identificações. No topo da lista estão os Estados Unidos, com impressionantes 43 mil membros, seguidos por Ilhas Britânicas (17 mil), Alemanha (16 mil), Suécia (7,2 mil) e República Tcheca (6 mil).

A distribuição por gerações revela que os Millennials (1981–1996) lideram no país, com 1.585 indivíduos cadastrados. Em seguida vêm a Geração Alpha (a partir de 2013) com 1.468, a Geração X (1965–1980) com 889, e a Geração Y (1977–2012) com 798. As gerações mais antigas, Baby Boomers (1946–1964) e Geração Silenciosa (até 1945), somam 98 e 5 membros, respectivamente.

Números impressionam, mas realidade educacional ainda é precária para superdotados

Apesar do crescimento no reconhecimento de superdotados, a realidade brasileira ainda carece de suporte adequado. A Mensa Brasil alerta que o país não possui políticas públicas sólidas para a identificação e acompanhamento desses indivíduos. Conforme exige a Constituição Federal, o atendimento educacional especializado deveria ser garantido, mas isso está longe da prática atual.

Segundo dados do Censo Escolar 2024, apenas 44 mil superdotados estão matriculados em instituições de ensino no país. O número é alarmante quando comparado com a estimativa de que 5% da população brasileira — cerca de 10,7 milhões de pessoas — têm altas habilidades ou superdotação. A lacuna é visível, principalmente no interior do Brasil, onde mais de 2,8 mil municípios não identificaram nenhum superdotado em idade escolar.

“Conhecer os superdotados brasileiros ainda é um desafio enorme. Com os números do Censo Escolar, vemos que há uma grande lacuna no interior do País, com mais de 2,8 mil municípios sem identificação de superdotados em idade escolar”, alerta Carlos Eduardo Fonseca, presidente da Mensa Brasil. “O trabalho de organizações como a nossa ajuda a identificar os superdotados no País, na tentativa de evidenciar nosso público e contribuir na construção de políticas públicas”, complementa.

O que é uma pessoa superdotada?

A superdotação é uma condição caracterizada por habilidades cognitivas significativamente acima da média para a idade da pessoa. Pessoas superdotadas geralmente demonstram alto desempenho em áreas como raciocínio lógico, criatividade, linguagem, memória, ou aptidões específicas, como matemática, artes ou música.

Essas pessoas podem aprender de forma mais rápida, resolver problemas complexos com facilidade e apresentar grande curiosidade intelectual. No entanto, a superdotação não se limita ao desempenho acadêmico e pode vir acompanhada de desafios emocionais e sociais, como dificuldade de adaptação em ambientes escolares tradicionais. O reconhecimento e o acompanhamento adequados são essenciais para o desenvolvimento pleno dessas potencialidades.

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