Mudança amplia acesso, atualiza critérios e reforça segurança em um dos procedimentos mais procurados contra a obesidade
O Conselho Federal de Medicina (CFM) acaba de reescrever o futuro do combate à obesidade no Brasil com novas regras para cirurgia bariátrica e metabólica. A Resolução CFM nº 2.429/25, publicada no Diário Oficial, moderniza critérios incorporando avanços científicos e ampliando o acesso a milhões de pacientes.
Para o médico Rennel Paiva, do Hospital Mater Dei Goiânia, a medida é “um passo significativo em direção a um tratamento mais eficaz, seguro e acessível para uma das doenças crônicas que mais cresce no Brasil: a obesidade grave”.
Pacientes com IMC entre 30 e 35 (antes excluídos) agora têm indicação caso apresentem diabetes tipo 2, apneia do sono grave ou esteatose hepática com fibrose. A faixa etária também foi expandida: jovens a partir de 14 anos com obesidade grave e comorbidades podem ser operados, desde que avaliados por equipe multidisciplinar e com autorização familiar. “Esse avanço beneficia jovens em situação crítica e previne complicações mais severas no futuro”, destaca Paiva.
A norma ainda exige que os procedimentos sejam realizados apenas em hospitais de grande porte, com UTI 24h e estrutura para casos complexos, como pacientes com IMC acima de 60. “O cuidado com a estrutura hospitalar é essencial. Estamos falando de procedimentos que exigem extrema segurança”, reforça o especialista.
Entre as técnicas recomendadas estão o Bypass Gástrico e a gastrectomia vertical, consideradas as mais eficazes. Já métodos como a banda gástrica ajustável foram desencorajados devido a riscos. A resolução também prioriza procedimentos minimamente invasivos, como a laparoscopia, que reduzem tempo de recuperação.
Enquanto medicamentos como semaglutida e tirzepatida custam até R$ 45 mil anuais, a cirurgia surge como alternativa econômica. “A bariátrica tem efeito prolongado no metabolismo. Já os remédios exigem uso contínuo e, se interrompidos, resultam no reganho de peso”, explica Paiva.
Com base em evidências científicas, a nova diretriz não só atualiza protocolos, mas também humaniza o tratamento. Para Paiva, a mudança é um marco: “Mais do que tratar, essa nova diretriz dá esperança de uma vida mais saudável para milhões de brasileiros que lutam contra a obesidade”. A medida, que já está em vigor, promete transformar histórias de quem enfrenta uma das epidemias mais silenciosas do século.
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Jornalista pós-graduada em Comunicação Organizacional e especialista em Cultura, Arte e Entretenimento. Com ampla experiência em assessoria de imprensa para eventos, também compôs redações de vários veículos de comunicação. Já atuou como agente de viagens e agora se aventura no cinema como roteirista de animação.
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