País encanta com histórias e mistérios arqueológicos
Entre templos escondidos na selva e cavernas que revelam mistérios milenares, Belize se destaca como um paraíso arqueológico no coração da América Central. Com uma herança profundamente enraizada na civilização maia, o país oferece muito mais do que paisagens exuberantes: proporciona uma imersão autêntica em uma das culturas mais enigmáticas da história humana.
Durante os séculos III a IX, a civilização maia floresceu com mais de um milhão de habitantes, criando centros urbanos sofisticados que hoje atraem arqueólogos e aventureiros do mundo todo. Locais como Caracol, Xunantunich, Altun Há e Lamanai mantêm viva a memória de um povo que deixou marcas impressionantes em forma de templos, estelas e hieróglifos.
Nos dias atuais, comunidades belizenhas reativam esse legado milenar com atividades turísticas conscientes. Experiências como oficinas de epigrafia, visitas guiadas e passeios por ruínas permitem que os visitantes sintam, de forma profundamente humanizada, o impacto dessa cultura milenar.
Belize não oferece apenas ruínas a céu aberto. O país guarda verdadeiras passagens para o submundo maia, como a Caverna ATM (Actun Tunichil Muknal). Neste local sagrado, descoberto por arqueólogos, ossos, cerâmicas e objetos cerimoniais revelam práticas religiosas que envolviam sacrifícios humanos e oferendas aos deuses. As cavernas são vistas como portais para Xibalba, o mundo espiritual maia.
Quem explora essas cavernas pode vivenciar a jornada mística por trilhas subterrâneas, flutuando em rios escuros ou caminhando por passagens estreitas. Essas experiências conectam passado e presente de forma única, oferecendo turismo com significado e respeito pelas tradições ancestrais.
Já nas oficinas de escrita maia, turistas têm a chance de aprender a linguagem simbólica dos glifos. É possível até escrever o próprio nome em cerâmica, replicando técnicas milenares de comunicação e arte.
Entre os destinos mais visitados está Xunantunich, localizado em uma colina com vista para o rio Mopan. Com seis praças e mais de 25 templos e palácios, seu destaque é “El Castillo”, uma pirâmide com 39 metros de altura, decorada com frisos impressionantes. O lado leste da pirâmide exibe uma réplica fiel da máscara do deus-sol, ladeada pela lua e Vênus.
Na floresta da Reserva Chiquibul, encontra-se Caracol, o maior centro arqueológico de Belize. Com quase 10 mil hectares, foi uma potência regional durante o Período Clássico. A precisão no planejamento urbano e o sistema agrícola mostram o avanço tecnológico e social dos maias.
Outro sítio imperdível é Altun Há, próximo à Cidade de Belize. Este centro cerimonial ficou famoso por abrigar a maior escultura de jade já encontrada na Mesoamérica: a cabeça do deus-sol maia, “Kinich Ahau”, com 4,5 kg. “É o maior objeto de jade já encontrado em uma comunidade maia”.
Para quem busca uma experiência mais selvagem, El Pilar oferece um mergulho nas origens da vida maia. Ainda em processo de escavação, é três vezes maior que Xunantunich e exibe uma organização urbana que inclui casas, hortas e praças. Estima-se que tenha abrigado 20 mil pessoas no auge de sua ocupação.
Mais acessível, Cahal Pech, localizado em San Ignacio, proporciona vistas espetaculares do vale do rio Belize. Com templos, palácios e um campo de jogo de bola, revela detalhes sobre os primeiros assentamentos maias e sua vida doméstica. Suas construções interligadas são um exemplo refinado da arquitetura do Período Clássico Tardio.
Lamanai, um dos sítios mais antigos e habitados da região, surpreende pela diversidade de estruturas. Além das ruínas, o local preserva igrejas do século XVI e uma antiga usina colonial. “Um dos destaques do local é a escultura bem preservada de um governante maia emergindo de um cocar em forma de crocodilo”.
Todos os sítios arqueológicos são supervisionados pelo Instituto de Arqueologia de Belize e contam com centros de interpretação e guias treinados, prontos para enriquecer sua jornada. Mesmo com tempo curto, vale a pena visitar qualquer um desses locais para uma conexão genuína com o passado.
Belize é acessível a partir do Brasil por meio de voos com a Copa Airlines via Panamá. Viajantes nos Estados Unidos contam com opções via Miami, Dallas, Houston e Atlanta, com as principais companhias aéreas.
Receba as principais notícias diariamente em seu celular. Entre no canal de WhatsApp do portal Gazeta Culturismo clicando aqui.
Jornalista pós-graduada em Comunicação Organizacional e especialista em Cultura, Arte e Entretenimento. Com ampla experiência em assessoria de imprensa para eventos, também compôs redações de vários veículos de comunicação. Já atuou como agente de viagens e agora se aventura no cinema como roteirista de animação.
Copyright © 2024 // Todos os direitos reservados.