Pesquisadores da NordVPN fizeram testes que revelam como dispositivos usam microfones para captar falas e direcionar publicidade
Você já conversou sobre um assunto aleatório e, pouco depois, foi surpreendido por um anúncio exatamente sobre o tema? Estudo revela que a sensação de estar sendo “ouvido” pelos celulares não é apenas paranoia. Pesquisadores da NordVPN comprovaram que dispositivos realmente captam conversas e as utilizam para direcionar anúncios personalizados.
Para verificar se a prática é real ou mera coincidência, os especialistas realizaram um experimento controlado. Durante dias, conversaram intencionalmente sobre temas aleatórios e pouco comuns, como “orangotangos” ou “Arábia Saudita”, próximo a dispositivos com aplicativos populares. O objetivo era identificar se anúncios relacionados surgiriam após as conversas.
Segundo a NordVPN, a resposta foi clara. Após alguns dias, os participantes começaram a receber propagandas diretamente relacionadas aos temas discutidos.
Um deles mencionou repetidamente o destino turístico AlUla, na Arábia Saudita, e passou a ver anúncios de hospedagens em plataformas como a Booking.com. Outro pesquisador que falava sobre orangotangos recebeu sugestões de doações a ONGs de proteção animal.
Esses resultados indicam que microfones embutidos em celulares permanecem ativos para escutar comandos de voz, e acabam também captando conversas informais que alimentam os algoritmos de publicidade.
Apesar do susto, desde que o usuário tenha aceitado os termos de uso dos aplicativos instalados, essa captação de conversas não é ilegal. Aquela tradicional caixinha de “Concordo com os termos” geralmente inclui a permissão para acesso ao microfone, câmera e outros dados pessoais.
Apesar disso, é fato que a era dos assistentes virtuais e da personalização algorítmica impõe novos desafios para a privacidade. Embora legalmente amparadas, essas práticas levantam discussões éticas sobre o quanto estamos dispostos a ceder em troca de conveniência.
“A maioria já viu um anúncio sobre algo que só foi falado, nunca pesquisado. Isso é um alerta: seu dispositivo pode estar acessando mais dados do que deveria”, diz Marijus Briedis, CTO da NordVPN.
A NordVPN recomenda práticas simples para quem deseja reduzir o rastreamento digital no dia a dia:
– Baixar apps apenas de lojas oficiais (Google Play, App Store), pois versões paralelas podem conter vírus;
– Recusar as solicitações de apps que pedem acesso desnecessário ao microfone, câmera ou localização;
– Apagar o histórico de voz do Google, Siri ou Alexa com frequência;
– Usar um bom serviço de VPN;
– Manter o sistema do dispositivo atualizado. Falhas de segurança em versões antigas facilitam invasões;
– Ativar recursos nativos de segurança, como autenticação em dois fatores e backups criptografados.
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