Especialistas apontam que o sedentarismo está por trás de problemas que vão além do corpo
As atividades físicas deixaram de ser apenas sinônimo de força e condicionamento. A prática está ajudando a transformar também a saúde mental, com impactos diretos na autoestima e no bem-estar emocional.
Especialistas apontam que o sedentarismo está por trás de problemas que vão além do corpo. Segundo a psicóloga James Ramos Soares Alves, do Núcleo Acolher (Sesc Goiás), estudos mostram que a falta de movimento prejudica a sociabilidade, a aprendizagem e até a forma como as pessoas se enxergam. “O sedentarismo aumenta a incidência de estresse, ansiedade e depressão, e é considerado devastador. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse comportamento tem crescido de forma alarmante em todo o mundo, deixando de ser uma questão meramente estética para se tornar um grave problema de saúde pública, uma verdadeira epidemia global. Estima-se que a inatividade física contribua para cerca de dois milhões de mortes por ano. Além disso, aproximadamente 60% da população mundial não pratica atividades físicas suficientes”, alerta.
James reforça que os ganhos vão muito além da aparência. “A prática regular reduz sintomas de ansiedade e depressão, melhora o humor, a qualidade do sono e as funções cognitivas, graças à liberação de neurotransmissores como endorfina e dopamina, que estão diretamente ligados ao prazer e ao bem-estar. Exercitar-se também diminui a tensão muscular, aumenta a autoestima e gera disposição. Esses fatores são determinantes para enfrentar sintomas relacionados à ansiedade e à depressão”, explica.
Segundo a psicóloga, não há uma fórmula única. Modalidades coletivas favorecem a socialização e combatem a solidão, enquanto práticas individuais estimulam a autonomia e a percepção pessoal. “Cada pessoa deve escolher o formato que mais se adapta ao seu perfil, desde que a prática seja prazerosa e constante”, orienta.
Um exemplo desse impacto é a trajetória de Marineides Queiroz dos Santos. Há mais de oito anos como segurança em uma empresa, ela enfrentava jornadas pesadas que a deixavam exausta. O cansaço aumentou após uma separação traumática, quando vieram crises de ansiedade e depressão.
Foi então que decidiu mudar. “Resolvi mudar e procurei uma unidade do Sesc para me matricular na musculação, queria melhorar fisicamente e emocionalmente. No começo foi difícil, mais aos poucos meu corpo e minha mente começaram a responder. Cada dia eu me sentia mais motivada, com vontade de melhorar e me superar. Os professores do Sesc foram fundamentais neste processo, sempre me incentivaram e deram força para continuar. Devo muito a eles”, relata.
Hoje, Marineides também nada, algo que parecia impossível no passado. “Jamais imaginei que conseguiria, mas foi uma verdadeira vitória pessoal. Tenho muito gratidão por todos do Sesc, desde os professores até a recepção. O Sesc é uma família para mim”, conta emocionada.
A OMS recomenda ao menos 150 minutos semanais de atividade moderada para garantir os benefícios. Além de tratar sintomas, a prática funciona como prevenção. “A prática reduz o risco de desenvolver depressão e ansiedade, funcionando como um importante fator de proteção. Não é necessário começar com treinos intensos: uma simples caminhada já pode ser transformadora. O mais importante é manter a constância e sentir prazer na atividade escolhida”, reforça James.
Mas ela também deixa um alerta: o excesso pode trazer riscos. A busca pelo corpo perfeito, quando descontrolada, pode levar a distorções de autoimagem, como a vigorexia. “Nesses casos, a pessoa se vê fraca mesmo sendo forte, perde o controle sobre os treinos, negligencia outras áreas da vida e pode desenvolver dores, lesões e prejuízos físicos e emocionais”, adverte.
Para a psicóloga, aceitar os limites pessoais é parte do processo. “A autoaceitação também faz parte da saúde mental. O exercício deve ser visto como uma ferramenta para melhorar a funcionalidade do corpo e o bem-estar, lembrando que a estética é consequência e varia de pessoa para pessoa. Como diz o ditado popular, a beleza está nos olhos de quem vê. É importante enxergar a beleza que existe em você”, conclui.
O incentivo ao movimento é uma diretriz institucional. Para o presidente do Sistema Fecomércio Sesc e Senac Goiás, Marcelo Baiocchi Carneiro, o olhar vai além da atividade esportiva. “Cuidar da saúde física e mental é cuidar das pessoas em sua totalidade. O Sesc Goiás tem trabalhado para oferecer um ambiente que estimule hábitos saudáveis, com atividades esportivas, de lazer e também com atenção psicológica. Essa combinação fortalece toda a comunidade atendida pela instituição, destaca.”
Na mesma linha, o diretor regional do Sesc-Senac de Goiás, Leopoldo Veiga Jardim, defende que corpo e mente caminham juntos. “Acreditamos que investir em bem-estar é investir em qualidade de vida, produtividade e felicidade das pessoas”, afirma.
O Sistema Fecomércio, Sesc e Senac Goiás integra a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), presidida por José Roberto Tadros.
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Jornalista pós-graduada em Comunicação Organizacional e especialista em Cultura, Arte e Entretenimento. Com ampla experiência em assessoria de imprensa para eventos, também compôs redações de vários veículos de comunicação. Já atuou como agente de viagens e agora se aventura no cinema como roteirista de animação.
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