Ferrovia: trem que ligará Brasília ao litoral do Espírito Santo poderá transportar passageiros no futuro

Previsão para o início da construção é a partir de 2027

Ferrovia que ligará Brasília ao litoral do Espírito Santo deve ficar pronta até 2031

A construção da Estrada de Ferro Juscelino Kubitschek deverá avançar entre 2030 e 2031, quando está prevista a entrega do novo corredor ferroviário que cruzará Brasília e chegará a São Mateus, no Espírito Santo. O traçado ultrapassa 1.300 quilômetros e alcança 38 municípios em Goiás e Minas Gerais. O empreendimento nasce como uma das maiores apostas da expansão ferroviária nacional.

A iniciativa integra o programa federal Pro Trilhos e está sob concessão da Petrocity Ferrovias. A companhia estima um investimento de mais de 14 bilhões de reais. A rota contará com unidades de transbordo e apoio à carga distribuídas ao longo do trajeto para funcionar como polos logísticos.

O trem que ligará Brasília ao litoral do Espírito Santo reforça a ligação entre a produção agrícola, mineral e industrial do Centro Oeste e do interior mineiro e goiano com a costa capixaba. O transporte deverá alimentar o Porto Central, em São Mateus, considerado estratégico para ampliar o escoamento de mercadorias.

O projeto está em avaliação ambiental no Ibama, que analisa o estudo de impacto já apresentado. A obra recebeu reconhecimento de utilidade pública pela Agência Nacional de Transportes Terrestres em 2024. O processo de desapropriação avança enquanto a empresa aguarda o fim do trâmite de licenciamento. A previsão interna é iniciar a construção a partir de 2027, caso todas as autorizações sejam emitidas no prazo.

Expansão ferroviária reacende disputa por novos corredores logísticos

A ferrovia compõe o chamado Corredor Centro Leste, que poderá superar dois mil quilômetros ao interligar Brasília, Goiás, Minas Gerais e Espírito Santo. As projeções indicam mais de 200 mil empregos diretos e indiretos ao longo das etapas de implantação e operação. Especialistas veem o corredor como peça central para reequilibrar a matriz de transporte brasileira, historicamente dependente de rodovias.

A Petrocity afirma que a operação de um comboio com cem vagões pode substituir até 300 carretas e reduzir emissões de carbono. A promessa de menor custo logístico fortalece o apelo do empreendimento entre produtores e distribuidores.

Trem que ligará Brasília ao litoral do Espírito Santo poderá transportar passageiros

A companhia estuda, em um horizonte distante, a inclusão de viagens de passageiros para o trem que ligará Brasília ao litoral do Espírito Santo. A ferrovia abriria uma opção inédita de mobilidade entre o Centro Oeste e o Sudeste. No cenário atual, porém, a operação não se sustenta economicamente, mas continua nos planos futuros.

Resgate histórico embala retomada do transporte sobre trilhos

A ferrovia recebeu o nome de Juscelino Kubitschek em referência ao ideal desenvolvimentista que marcou a criação de Brasília. A EFJK desponta como símbolo de uma nova fase ferroviária no país. Se a entrega ocorrer dentro do calendário, será a maior ferrovia privada do Brasil e poderá inaugurar um novo eixo de integração econômica nacional.

Pró Trilhos instituiu a autorização para construção e operação ferroviária pelo setor privado

O Pró Trilhos foi criado pela Medida Provisória nº 1.065/21,. O programa instituiu a autorização para construção e operação ferroviária pelo setor privado. Essa mudança abriu espaço para que empresas possam erguer e administrar ferrovias, ramais, pátios e terminais sem depender do modelo tradicional de concessão.

A política pública tem como foco aumentar a atratividade para investimentos em empreendimentos greenfields e brownfields. Com isso, transportadores, operadores logísticos e indústrias passaram a solicitar autorizações para construir e operar seus próprios trechos. A abertura estimula a verticalização da cadeia de suprimentos e expande a malha ferroviária brasileira.

O Ministério da Infraestrutura já recebeu 76 pedidos para implantação de ferrovias pelo regime de autorização. As propostas somam dezenove mil quilômetros de novas linhas privadas em dezesseis unidades da federação, com investimentos que ultrapassam duzentos e vinte e quatro bilhões de reais. A expectativa é criar dois milhões e seiscentos mil empregos diretos e indiretos, além de reduzir custos de transporte, diminuir emissões de dióxido de carbono e modernizar o sistema ferroviário nacional.

Receba as principais notícias diariamente em seu celular. Entre no canal de WhatsApp do portal Gazeta Culturismo clicando aqui.


Leia Mais Sobre

Copyright © 2024 // Todos os direitos reservados.