Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop Goiás reúne artistas para seletiva regional

Palco exclusivo para mulheres, pessoas trans e não-binárias

Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop Goiás reúne artistas para seletiva (Foto: divulgação)

Em um cenário historicamente dominado por homens, as mulheres do Hip Hop em Goiás estão escrevendo um novo capítulo da cultura de rua — com voz, atitude e tinta na parede. Neste domingo, 13 de abril, Goiânia será palco de um evento que vai muito além do entretenimento: a 1ª Seletiva Regional de Rimas, Breaking e Slam Feminino, e o Mutirão de Grafite “Sopa de Bomb”, realizados pela Frente Nacional de Mulheres no Hip Hop Goiás. O local escolhido, o Quintal Livre Gastrobar, será ocupado por versos afiados, beats pulsantes e cores vibrantes a partir das 14h. Tudo com entrada gratuita.

Mas o que está em jogo aqui não é apenas uma vaga no 10º Fórum Nacional de Mulheres no Hip Hop, que acontecerá em Salvador. O que está em jogo é o direito à voz. O direito de ser vista, ouvida e respeitada em uma cultura que, embora nascida da resistência, ainda carrega estruturas machistas. A seletiva é exclusiva para mulheres, pessoas trans e não-binárias com 14 anos ou mais — um recorte necessário para que as margens sejam finalmente centro.

A programação não deixa dúvidas sobre a potência da cena feminina goiana. Rakel Reis, Anny Di, Luz Negra, Larissa Passos, além das DJs Nay, Kimy e Lu Santos, somam talento e autenticidade no palco. Ao lado delas, o “Sopa de Bomb” reunirá grafiteiras como Loohcura, Tisha, Ayha, Leoua e Thallita Ornellas, provando que a arte urbana também tem rosto e nome de mulher.

O Hip Hop é verbo em movimento — é denúncia, é afeto, é construção coletiva. E, como toda cultura viva, precisa se atualizar, se abrir, se reinventar. Não se trata de “dar espaço” para as mulheres: trata-se de reconhecer que elas já estão aqui, fazendo, criando, batalhando. A seletiva de rimas e o mutirão de grafite são apenas reflexos de uma mobilização muito maior, que vem tomando corpo nas periferias, nas escolas, nos eventos e nas redes.

É tempo de colocar fim à invisibilidade. O protagonismo feminino no Hip Hop de Goiás não é promessa: é presente. E quem não enxergar isso, vai ficar no passado.


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Autor: Mari Magalhães

Mari Magalhães é jornalista, roteirista, assessora de imprensa e fotodocumentarista com mais de 10 anos de atuação na cultura goiana Seu foco está voltado para novos talentos da música urbana contemporânea, cinema e atividades da cena underground. Contato:[email protected]

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