Goiânia: artistas e produtores promovem manifestação em defesa da cultura na posse de Sandro Mabel

Ato acontecerá às 14 horas, no Centro de Cultura e Eventos da Universidade Federal de Goiás (UFG)

Artistas e produtores de Goiânia farão manifestação durante posse de Sandro Mabel (Foto: Secult Goiânia / ilustração)

Nesta quarta-feira, 1º de janeiro, artistas e produtores culturais se reunirão para uma manifestação no Centro de Cultura e Eventos da Universidade Federal de Goiás (UFG), em Goiânia, às 13h30. O ato ocorrerá no mesmo local da posse do prefeito eleito da capital, Sandro Mabel. Os manifestantes, que discordam da escolha do novo secretário de Cultura da capital, Uugton Batista da Silva, temem que sua gestão desfavoreça linguagens culturais além da música sertaneja.

O cantor, compositor, instrumentista, produtor e ativista cultural há mais de 30 anos, Wilson Gandhi, já confirmado como participante da manifestação, publicou em suas redes sociais um vídeo acompanhado de uma carta aberta. No texto, ele destaca: “Ao longo da história da existência das Secult Goiânia e da Secult Goiás, houve evoluções, algumas irrisórias, outras consideráveis, mesmo que não percebidas pelas categorias, mas quase sempre motivadas pela atuação enérgica e legitima dos atores públicos e dos particulares fazedores de cultura.”

Gandhi, que também é advogado e secretário geral da comissão de cultura da OAB-GO, também alerta que a escolha do secretário pode comprometer outras formas de expressão cultural em Goiânia. Ele critica a falta de conexão de Uugton Batista da Silva com o setor: “não tem intimidade com o meio cultural, que não é artista ou produtor, que parece desconhecer a cena cultural goianiense, sem qualquer lastro de relevância na área, ou atuação no seguimento.”

Para Gandhi, embora o prefeito tenha o direito de selecionar sua secretaria, a sociedade goiana e os trabalhadores da cultura não são obrigados a aceitar passivamente uma decisão que pode ser prejudicial. “Os trabalhadores da cultura não estão obrigados a engolir calados e inertes o que lhes parece ser amórfico, já que são os verdadeiros interessados na manutenção de conquistas, nas melhorias da nossa cultura e temerosos do que pode acontecer.”

O músico e advogado finaliza com um convite para a manifestação: “No dia primeiro de janeiro se dará a primeira manifestação presencial simbólica, para a qual convocamos toda sociedade, o MP, o judiciário, a imprensa e o legislativo, para que nos ajudem nessa luta justa, pois uma sociedade sem cultura livre e diversa, ou com cultura forjada e absolutamente comercial, é uma sociedade carente do que de melhor há em nós”, finaliza.

Outras demandas culturais na posse do prefeito eleito

Além da insatisfação com a escolha do novo secretário de Cultura, a manifestação em Goiânia também visa garantir a equiparação dos valores disponibilizados aos artistas locais em relação aos valores pagos a artistas de fora. “É absolutamente inapropriado, imoral e até ilegal pagar um milhão de reais, ou algo próximo disso para os de fora, sem compromisso com nossa cultura e menos de 13 mil reais para os daqui, que tem mais conteúdo, mais qualidade, não raramente mais tempo de carreira, são consagrados pela crítica especializada, têm compromisso com a nossa cultura, geram empregos, atendendo o que preconiza a legislação no que diz respeito à inexigibilidade de licitação disposição no 74 da Lei nº 14.133/2021”, afirma Gandhi.

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