Prevenção do câncer exige escolhas diárias e acesso à informação

Mais de 2 milhões de novos casos de câncer devem ser diagnosticados no Brasil até o fim do ano de 2025, de acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Em Goiás, são mais de 25 mil diagnósticos esperados apenas neste ano. Diante desse cenário, médicos reforçam a importância da prevenção como uma das principais estratégias para reduzir o impacto da doença.

O oncologista Rodrigo Fogace, do Hospital Israelita Albert Einstein, unidade de Goiânia, destaca que a adoção de hábitos saudáveis pode fazer diferença concreta. Embora o câncer seja uma doença multifatorial, escolhas cotidianas como praticar atividade física, ter uma alimentação balanceada, evitar o consumo de álcool e não fumar ajudam a reduzir significativamente os riscos.

O tabagismo continua entre os principais fatores de risco, especialmente com o aumento do uso de cigarros eletrônicos, principalmente entre jovens. A alimentação inadequada, rica em ultraprocessados, embutidos e gordura em excesso, também contribui para processos inflamatórios no organismo, favorecendo o desenvolvimento de diversos tipos de tumores.

Fogace ressalta ainda o papel da atividade física como ferramenta preventiva, citando estudos que demonstram o impacto positivo dos exercícios em pacientes com câncer, inclusive com resultados comparáveis aos da quimioterapia em determinados casos. O uso de protetor solar diariamente, o gerenciamento do estresse e a prática de sexo seguro são outras medidas recomendadas.

Além da prevenção, o especialista lembra que o acompanhamento médico regular e os exames de rastreamento continuam indispensáveis. Apenas 15% dos casos de câncer têm origem hereditária, mas todos devem seguir as diretrizes do Ministério da Saúde, como a mamografia, o papanicolau e os exames de próstata.

A prevenção do câncer exige mais do que ações individuais. É preciso ampliar o acesso à informação, estimular políticas públicas voltadas à saúde preventiva e promover campanhas educativas que alcancem todas as faixas etárias. Reduzir o risco é possível, mas depende de escolhas constantes e do compromisso de todos — profissionais, gestores e população.

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