Iniciativa tem o objetivo de ajudar na recuperação e trazer leveza aos pacientes hospitalares
Um projeto inovador promete transformar vidas em Goiás por meio da interação com cavalos. O “Cavalos que Acolhem” vai utilizar equinos em terapias gratuitas no ambiente hospitalar e em instituições como abrigos de idosos e centros de reabilitação, unindo cuidados físicos e emocionais com total segurança.
Idealizado pela psicomotricista e educadora física Graziela Salvagni, especialista em terapia assistida por equinos há 36 anos, o projeto está em fase final de preparação. No entanto, a profissional destaca que o maior desafio para sua implementação é a falta de apoio financeiro, já que a iniciativa envolve custos elevados, desde a manutenção dos animais até a formação de uma equipe especializada.
Atualmente, Graziela desenvolve seu trabalho no Setor Jaó, em Goiânia, na Caballus Equoterapia & Equitação, espaço que antes pertencia à Sociedade Hípica da cidade. O local atende pacientes com depressão, ansiedade, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras condições, combinando fortalecimento físico e emocional. Além da terapia com equinos, o local oferece aulas de hipismo e equitação para todas as idades.
Agora, após 11 anos de atuação na capital, Graziela pretende expandir o projeto. “Vai ser um trabalho de acolhimento”, revela a profissional ao Gazeta Culturismo.
Levar os equinos para os hospitais ainda é algo relativamente novo no Brasil. Trazida dos Estados Unidos, a técnica funciona como um poderoso agente capaz de impactar positivamente na recuperação dos pacientes, que em muitos momentos enfrentam grandes desgastes emocionais por causa dos tratamentos realizados. Os cavalos trazem leveza e alegria ao dia a dia dessas pessoas.
“Começaremos com os hospitais, mas queremos desenvolver o projeto e levar para outros lugares também. Porém, tem a questão econômica, porque precisamos de mais pôneis, veículo para o transporte, uma equipe bem preparada e equipamentos”, pontua Graziela.
Segundo Graziela Salvagni, o início do projeto “Cavalos que Acolhem” em Goiânia acontecerá dentro dos próximos três meses. Ela ressalta que a organização está aberta a receber ajuda de qualquer pessoa que possa contribuir pela causa, sejam pessoas físicas, jurídicas ou iniciativa pública. “É um projeto que não tem patrocinador, ele vai sair daqui (da Caballus Equoterapia & Equitação), mas é um projeto que a gente está super engajado para fazer e a gente está muito feliz”, finaliza.
Outras informações sobre o projeto e como ajudar devem ser solicitadas diretamente nas redes sociais da instituição, clicando aqui.
A equoterapia é uma prática terapêutica que utiliza o cavalo como ferramenta principal para estimular o desenvolvimento de pessoas com deficiência ou necessidades especiais. Integrando saúde, educação e equitação, a técnica promove reabilitação por meio da interação com o animal e de seus movimentos naturais, já que a mecânica do passo do cavalo é semelhante à humana.
“A pessoa que não caminha, quando ela está em cima do cavalo, é como se ela estivesse executando todo o movimento do caminhar, da deambulação, que vai mexer com as pernas, vai mexer com o quadril, com a cintura pélvica”, explica Graziela Salvagni. Ela também afirma que cada etapa conquistada no cavalo é uma etapa a mais conquistada no chão, “como se você estivesse andando”.
Além disso, ela afirma que a prática traz benefícios à concentração, ao equilíbrio, à coordenação motora e à atenção.
Além de Graziela, a Caballus Equoterapia & Equitação conta com uma equipe multidisciplinar, incluindo fisioterapeutas, psicopedagogos, psicólogos, equitadores e veterinários. A psicomotricista ressalta que apenas saber montar não é suficiente para trabalhar com equoterapia.
“É muito importante ter conhecimento e formação na área, tanto das patologias, da saúde, do esporte e na área do cavalo. Não basta ser fisioterapeuta, tem que ter conhecimento de etologia, de comportamento equino, porque é o instrumento de trabalho”, diz Salvagni.
Ao atender uma criança pequena, o trabalho vai muito além de simplesmente colocá-la sobre o cavalo. É um conjunto de ações que envolve postura, conexão, comunicação, entre outros aspectos. “O objetivo é construir uma relação de confiança com o animal, para assim obter o melhor resultado.”
Os cuidados são personalizados, de acordo com cada necessidade. “É importante conhecer o equipamento que eu vou usar, se é sela, se é manta, que tipo de estribo eu vou usar, estribo curto, não usar estribo. Tudo isso interfere no que eu vou fazer e o tipo de cavalo que eu vou usar para cada patologia. Porque se eu tiver uma criança mais agitada, eu vou colocar ela em um cavalo mais tranquilo, um cavalo um pouco maior, que tem uma andadura mais longa, com uma amplitude maior e que transmite mais calma”, afirma a psicomotricista.
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Apaixonada por jornalismo musical, ambiental e político, tem interesse por diferentes culturas e idiomas. Além da redação, é também fascinada por fotografia e pelo universo do entretenimento da Coreia do Sul. Com pautas focadas no mundo da arte, do entretenimento e da cultura pop asiática, busca trazer leveza ao caos do dia a dia, além de promover o acesso à informação e gerar oportunidades para todos.
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