Sempre vi a arte como um espelho da beleza e, na cirurgia plástica, percebo todos os dias que o desafio é aprender a se ver verdadeiramente
A arte sempre foi um espelho do que entendemos por beleza. Um quadro pode ser considerado “feio” por uns e “lindo” por outros – e ambos estão certos. Porque, no fundo, o belo não mora nas formas, mas no olhar. Tanto que o autorretrato não apenas mostra como o artista quer ser visto, mas também pode ser uma forma de afirmação e liberdade.
Um artigo do Daily Art Magazine diz: “Artistas femininas, ao longo do tempo, criaram autorretratos por diversas razões. Elas não apenas representavam a imagem que desejavam que os outros as vissem, mas também os utilizavam para abordar questões sociais ou políticas. Durante séculos, mulheres posaram como modelos para a arte. Em um ato de desafio e rebelião, artistas femininas usaram autorretratos para se representarem como artistas em seus próprios direitos. Um verdadeiro ato de feminismo e representação do poder feminino.”
Nada mais poderoso do que se sentir empoderada de si, se olhar no espelho e se reconhecer, enxergar sua a sua beleza sem filtro. E essa provocação do “se ver” esteve no centro de um evento recente que realizamos em minha clínica: um encontro sobre Autorretrato: arte e beleza (confira aqui), conduzido pela artista Manu Bezerra e com reflexões de Wanessa Cruz, sócia da Casa Arte Plena. A proposta era simples e desafiadora: olhar para si e fazer o seu autorretrato.

Foram 25 mulheres e 25 versões de si mesmas. Algumas se reconheceram imediatamente. Outras dobraram o papel e o guardaram. Algumas se surpreenderam com uma habilidade até então nunca explorada, enquanto outras – sem medo – destacaram marcas de expressão – sua história de vida por meio das marcas do tempo.
Foi uma manhã profunda onde “falamos sobre autoconhecimento, beleza e da forma carinhosa como cada um deve se olhar”, como bem pontuou Wanessa Cruz, e, ao mesmo tempo, desafiadora. Afinal, como lembrou Manu Beserra, “é difícil, para nós adultos, nos olharmos com a mesma naturalidade com que as crianças fazem isso. Uma criança se desenha e acha o desenho perfeito porque ela ainda não aprendeu a se criticar. Nós, adultos, por outro lado, nos tornamos especialistas em encontrar defeitos”.
A beleza é um sentimento interno, que precisa encontrar expressão no lado de fora. Às vezes, o que o outro chama de “defeito” é, na verdade, a marca da sua força. Um nariz pode ser delicado, mas também pode ser grande e símbolo de personalidade. O nariz “perfeito” não é perfeito para todos, precisa haver harmonia, refletir quem é aquela pessoa, suas virtudes, seus sentimentos, o que ela é de fato. Uma paciente minha, a Ana Luiza, traduziu isso muito bem quando contou sobre a sua cirurgia do nariz (veja aqui).
Como médico, posso observar o rosto ou o corpo de alguém e pensar, harmonicamente, em possibilidades de aprimoramento. Mas será que o que eu vejo como “melhor” também é o que essa pessoa entende como belo? A cirurgia plástica só fará sentido para uma pessoa se for um desejo de dentro para fora. Ou seja, não é sobre se encaixar em um padrão, mas sim lapidar quem você é, trazendo a melhor forma e contorno para alguém único no mundo.
Quando nasce de um desejo verdadeiro, a cirurgia plástica tem o poder de elevar o olhar sobre si mesmo. Mas ela não é – nem deve ser – uma promessa de milagre; embora, seja capaz de proporcionar grandes transformações.
Uma pessoa que se sente em paz com quem é e busca um procedimento para se sentir ainda melhor, alcança resultados incríveis. Sua autoestima se eleva. Mas aquela que acha que a cirurgia é uma “solução milagrosa” para as dores e problemas mais profundos da vida, nunca ficará insatisfeito com o que vê, por mais bonita que esteja por fora.
Se tivesse que fazer hoje o seu autorretrato, quais seriam os traços que destacaria? Quais partes do seu rosto falam mais sobre quem você é?
A beleza, no fim das contas, não é sobre o olhar dos outros. É sobre o nosso. E, talvez, o primeiro passo para se sentir bonita – por dentro e por fora – seja reaprender a se ver. Ter a coragem de se olhar no espelho, entender se você deseja mudar algo – e está tudo bem em querer mudar!
O papel da cirurgia plástica é justamente esse: ajudar a alinhar o que está dentro com o que se vê fora. É sobre lapidar, não apagar. Sobre revelar, não mudar. É sobre permitir que o rosto e o corpo contem a história que você quer contar – com orgulho, leveza, verdade.
Dr. Pablo Rassi Florêncio
Cirurgião Plástico – Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica
CRM-GO 14677 RQE 7719
Cirurgião Plástico em Goiânia – MedPlastic Consultórios
Meu contato: @drpablorassi | 62 98281-7372
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Dr. Pablo Rassi Florêncio (CRM-GO 14677 | RQE 7719) é cirurgião plástico, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, Total Definer Master e certificado na técnica UGRAFT. Formado em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), com residência médica em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica, é preceptor de Cirurgia Plástica no Hospital do Câncer Araújo Jorge, atuando em reconstrução de mama e face. Especialista em contorno corporal, cirurgia mamária, rinoplastia, rejuvenescimento facial e tecnologias de retração de pele, dedica-se à combinação de segurança, técnica avançada e cuidado personalizado com o paciente. Atende em Goiânia, Goianésia, Uruaçu e por te medicina.
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