Filha de Gilberto Gil, artista enfrentava câncer no intestino e estava em tratamento nos Estados Unidos
A cantora e empresária Preta Gil, filha do ícone da MPB Gilberto Gil, faleceu no domingo (20), aos 50 anos, em Nova York, onde fazia tratamento contra um câncer no intestino. A artista lutava contra a doença desde janeiro de 2023.
Após passar por quimioterapia, radioterapia e uma cirurgia no Brasil, Preta buscou uma nova etapa de cuidados nos EUA, com foco em terapias experimentais. Ela estava hospedada em Nova York e se deslocava até Washington para atendimentos em um centro especializado.
O diagnóstico abalou o país, mas Preta Gil enfrentou tudo com transparência e força, dividindo com o público os altos e baixos da batalha. A notícia de sua morte comoveu amigos, artistas e fãs que acompanharam sua trajetória por mais de duas décadas.
Preta Gil iniciou sua carreira musical aos 29 anos, após deixar a publicidade. Seu primeiro álbum, “Prêt-à Porter”, foi lançado em 2003 com o hit “Sinais de Fogo”, composta por Ana Carolina especialmente para ela. A capa do disco, que trazia a cantora nua, causou polêmica.
Mesmo com críticas, seguiu firme na carreira e lançou o segundo álbum, “Preta”, em 2005. Cinco anos depois, lançou “Noite Preta”, que deu origem a uma turnê nacional que durou sete anos.
Foi com o “Bloco da Preta” que Preta Gil consolidou sua força popular. Criado em 2010, o bloco rapidamente virou um fenômeno. Em 2017, levou mais de 500 mil pessoas às ruas do Rio de Janeiro. “É o momento ápice do meu ano. Trabalho o ano inteiro, faço mil atividades, mas o meu grande ‘xodó’ é o Bloco da Preta”, disse a cantora ao g1.
A versatilidade musical sempre marcou sua carreira. Em seu show “Baile da Preta”, celebrava a mistura de ritmos e homenageava desde Caetano Veloso até Psirico.
Na TV, Preta estreou em 2010 o programa “Vai e Vem”, onde abordava temas como sexualidade com leveza e humor. “Queria que fosse um programa sem vulgaridade, com inteligência, com humor”, disse a Jô Soares.
Em 2012, lançou o disco “Sou como Sou”. Já em 2015, para comemorar 10 anos de carreira, gravou o DVD do “Bloco da Preta” com participações de nomes como Ivete Sangalo, Lulu Santos e Anitta.
Seu último álbum, “Todas as Cores” (2017), teve colaborações com Pabllo Vittar, Gal Costa e Marília Mendonça. A canção “Botando a fila para andar”, também de Ana Carolina, foi destaque do disco.
Fora dos palcos, Preta Gil também foi empresária de sucesso. Era sócia da agência Mynd, que gerenciava carreiras de artistas como Luísa Sonza, Pabllo Vittar e Camilla de Lucas.
Na TV e no cinema, atuou em produções como “As Cariocas”, “Ó Paí, Ó” e “Vai que Cola”, reforçando sua presença como figura midiática carismática e versátil.
Em 2021, viveu um momento de superação ao lançar a música “Meu Xodó” com o filho Fran.
Filha de Gilberto Gil e Sandra Gadelha, Preta Gil cresceu em meio a referências culturais e musicais. Tinha sete irmãos, incluindo Bela Gil e Bem Gil. Foi casada com o ator Otávio Müller, com quem teve seu único filho, Francisco, pai de sua neta Sol de Maria.
Em 2009, casou-se com o mergulhador Carlos Henrique Lima, de quem se separou em 2013. No mesmo ano, iniciou um relacionamento com Rodrigo Godoy, com quem esteve até 2023. O casamento terminou durante o tratamento contra o câncer.
A morte de Preta Gil encerra um ciclo de alegria, autenticidade e resistência.
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