Conheça as cidades brasileiras que foram abandonadas
O Brasil, com sua vasta extensão territorial e rica diversidade histórica, abriga cidades-fantasma, localidades que, por diversas razões, foram abandonadas ao longo do tempo. Essas cidades, que um dia floresceram, hoje permaneceram em silêncio, com suas estruturas decadentes, que se erguem como testemunhos de uma história marcada pelo esquecimento.
As razões para o abandono são variadas, mas a exploração mineral e as crises econômicas se destacam como os principais fatores por trás dessa influência. Essas cidades-fantasma são muito mais do que simples pontos turísticos ou atrações curiosas; elas representam capítulos importantes da história brasileira, em que o desenvolvimento e a decadência caminharam lado a lado.
A cidade-fantasma Fordlândia, no estado do Pará, foi fundada na década de 1920 pelo magnata norte-americano Henry Ford. Seu objetivo era criar uma cidade-modelo para a produção de borracha para abastecer sua fábrica de automóveis nos Estados Unidos, com matéria-prima para os pneus. No entanto, problemas com a adaptação das seringueiras ao solo amazônico, somados a conflitos culturais com os trabalhadores e a falha do modelo de gestão imposto, resultaram no abandono do projeto.
Hoje, Fordlândia é uma pequena vila, e as ruínas podem ser vistas por quem deseja se aventurar na região.
Outro caso notável é Airão Velho, no Amazonas. Fundada em 1694 por portugueses, ela foi uma cidade próspera durante o ciclo da borracha. Com a queda da demanda pelo produto após a Primeira Guerra Mundial, a cidade entrou em declínio, até ser completamente abandonada por seus moradores. Hoje, as ruínas de igrejas e residências se encontram às margens do Rio Negro, sendo um local de grande valor histórico.
Lendas populares afirmam que Airão Velho foi abandonada por causa de assombrações e ataques de formigas. Mas na verdade, o verdadeiro motivo da cidade-fantasma ter ganhado esse título foi a queda econômica.
Atualmente o local é aberto para visitação, onde é possível andar pelas ruínas das antigas igrejas, escolas e cemitérios. Cerca de sete famílias vivem na região e auxiliam os turistas na visitação.
No contexto da mineração, a cidade de Igatu, na Bahia, é um exemplo de busca incessante por diamantes. Durante o auge da exploração mineral, no século XIX, a cidade chegou a abrigar cerca de 10 mil habitantes. No entanto, com o esgotamento das jazidas de diamantes, a cidade entrou em declínio, e hoje resta uma pequena comunidade.
As ruínas da antiga cidade de pedra atraem turistas em busca de uma conexão com o passado da Chapada Diamantina.
O município de Cococi, no Ceará, foi fundada no século XVIII. A cidade-fantasma foi lentamente abandonada até 1980. O motivo pela saída dos moradores teria sido a falta de infraestrutura causada pela administração familiar inadequada.
A população migrou para áreas urbanas em busca de melhores condições de vida. Hoje, duas famílias vivem no local, que abriga escombros e vestígios de antigas construções. Atualmente, restam apenas ruínas da antiga igreja e algumas construções.
Ararapira, localizada no litoral do Paraná, na divisa com São Paulo, é um antigo povoado fundado pela Coroa Portuguesa no século XVIII. O motivo exato de sua desocupação ainda é envolto em mistério, mas acredita-se que o abandono tenha ocorrido devido à erosão provocada pelo avanço do mar e à mudança no curso do rio que abastecia a região.
Apesar de não contar mais com moradores, a cidade-fantasma ainda possui um cemitério ativo, utilizado por comunidades vizinhas. Lendas urbanas também permeiam o local, despertando a curiosidade de visitantes que chegam exclusivamente de barco — a única forma de acesso à região.
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Jornalista pós-graduada em Comunicação Organizacional e especialista em Cultura, Arte e Entretenimento. Com ampla experiência em assessoria de imprensa para eventos, também compôs redações de vários veículos de comunicação. Já atuou como agente de viagens e agora se aventura no cinema como roteirista de animação.
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