Como as periferias estão moldando o futuro do cinema independente

Entre as oportunidades no Audiovisual, Ponto de Cultura Vila Alzira abre inscrições gratuitas para iniciantes

Oficina de Introdução em Audiovisual acontece no CEU das Artes da Cidade Vera Cruz (Foto: divulgação)

O mercado audiovisual nunca esteve tão aquecido no Brasil, e um dos movimentos mais empolgantes dessa efervescência é a crescente valorização dos talentos das periferias. Com a democratização das tecnologias de produção e distribuição de conteúdo, jovens cineastas periféricos têm conquistado espaço e contado histórias que antes eram invisibilizadas pelo grande circuito cinematográfico.

Nesse cenário, formação e capacitação são peças-chave para garantir que esses novos profissionais possam transformar suas ideias em filmes e séries de qualidade. Uma iniciativa que exemplifica esse processo é a Oficina de Introdução em Audiovisual, que acontece entre os dias 17 e 21 de março de 2025, no CEU das Artes da Cidade Vera Cruz. Com inscrições gratuitas abertas até 14 de março, essa atividade é uma porta de entrada para quem deseja explorar o universo cinematográfico sem precisar de experiência prévia ou equipamentos próprios. Inscrições pelo site: associacaovilaalzira.org.br

O ministrante da oficina, Gleig de Souza (@gleig_de_souza), é um filmmaker com vasta experiência na capacitação de jovens das periferias, trazendo uma abordagem acessível e inclusiva para ensinar conceitos de cinematografia, roteiro e produção. Essa iniciativa integra a programação especial dos 30 anos da Associação Comunitária e Ponto de Cultura da Vila Alzira (@pontodeculturavilaalzira), reforçando o papel fundamental das organizações comunitárias na formação de novos talentos culturais.

Mais do que uma atividade de ensino, essa oficina simboliza um passo importante rumo à descentralização do audiovisual no Brasil. Historicamente, as oportunidades de aprendizado e produção estavam concentradas nos grandes centros urbanos, deixando de fora uma enorme parcela de criadores com histórias potentes para contar. Agora, iniciativas como essa desafiam essa lógica e provam que a criatividade e o talento não têm CEP.

Financiado com recursos da Política Nacional Aldir Blanc, através do Edital Rede Estadual de Pontos de Cultura de Goiás, esse projeto é um exemplo do impacto positivo das políticas públicas de fomento cultural. Investir no audiovisual periférico não é apenas uma questão de inclusão social, mas também uma estratégia inteligente para diversificar e enriquecer o panorama cinematográfico nacional.

Se o cinema é uma ferramenta poderosa de transformação social, capacitar jovens de periferia para contar suas próprias histórias é um passo essencial para um futuro onde o audiovisual brasileiro seja, de fato, mais representativo e plural.


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Autor: Mari Magalhães

Mari Magalhães é jornalista, roteirista, assessora de imprensa e fotodocumentarista com mais de 10 anos de atuação na cultura goiana Seu foco está voltado para novos talentos da música urbana contemporânea, cinema e atividades da cena underground. Contato:[email protected]

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