Entenda como o detox digital é um aliado do bem-estar durante as férias

Especialistas defendem a redução do tempo de tela como caminho para mais saúde emocional, criatividade e vínculos reais durante as férias

detox digital durante as férias

Com a rotina dominada por celulares, computadores e outros dispositivos, muitos brasileiros seguem conectados o tempo todo, inclusive nos momentos que deveriam ser de descanso. Em especial durante as férias, realizar um detox digital pode ser importante para promover mais leveza, interação direta com o mundo real e uma melhora na saúde mental.

O uso excessivo de telas se tornou comum entre crianças, jovens e adultos. Desde a pandemia, a dependência de aparelhos eletrônicos para trabalho, estudo e entretenimento se intensificou. Embora a tecnologia traga inúmeras facilidades, seu uso prolongado tem gerado impactos preocupantes.

Pesquisas recentes associam o tempo exagerado em frente às telas a distúrbios de sono, ansiedade, falta de concentração e até isolamento social. Entre os mais novos, os prejuízos vão além: a exposição contínua aos estímulos digitais pode afetar a capacidade de imaginar, lidar com frustrações e se relacionar emocionalmente.

Um convite à reconexão com o mundo real

Como alternativa para resgatar o uso equilibrado das telas, o chamado detox digital ganha força. Sua proposta é reduzir o tempo de uso de dispositivos eletrônicos por um período determinado, seja por horas, dias ou semanas. O objetivo é se desconectar das telas e se reconectar com o que está ao redor.

“O uso constante de telas e dispositivos afeta o sistema nervoso, acelera os pensamentos e reduz a tolerância ao tédio, essencial para a criatividade. Durante as férias, é importante que crianças e adultos vivenciem o ócio produtivo, aquele tempo em que não estamos fazendo nada digitalmente, mas estamos nos reconectando com o corpo, com o espaço e com os outros”, explica a psicóloga e pedagoga Maisa Colombo Lima.

Brincadeiras, descanso e atenção plena com o detox digital

Para as crianças, um tempo longe dos eletrônicos pode abrir espaço para atividades mais espontâneas e criativas. Montar cabanas, brincar com sombras ou cuidar de plantas são exemplos simples de como envolver os pequenos em experiências lúdicas que fortalecem vínculos e desenvolvem habilidades sociais.

Segundo a psicóloga, quando a tela substitui as brincadeiras coletivas, o desenvolvimento emocional e a convivência com outras crianças ficam comprometidos. Por isso, as férias representam uma ótima chance de estimular a exploração do ambiente real e das relações humanas.

Entre adolescentes e universitários, o detox digital pode servir como uma estratégia para aliviar o cansaço mental acumulado ao longo do semestre. Ao desconectar-se das redes, abre-se espaço para vivências mais conscientes, como caminhar, cozinhar, desenhar ou simplesmente descansar sem estímulos digitais.

Ficar offline é também um exercício de presença

“Estamos acostumados a responder mensagens o tempo todo, a consumir conteúdo de forma passiva. No detox, esse silêncio pode causar estranhamento. Mas é justamente aí que mora a transformação: reaprender a se ouvir, a perceber o que se sente, a estar presente de verdade”, acrescenta Maisa.

É importante reforçar que o detox digital não significa eliminar a tecnologia da vida, mas sim ajudar a reorganizar o uso, estabelecendo limites saudáveis e adotando práticas como silenciar notificações, reservar horários offline e propor momentos em grupo longe das telas.

Ao reduzir a dependência digital, surgem ganhos importantes: mais clareza mental, maior qualidade nas relações e um descanso verdadeiramente restaurador. E é justamente nas férias que esse processo pode começar, com leveza e propósito.

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