Como os animais enxergam o mundo? Saiba quem vê no escuro e quem enxerga mais cores que os humanos

Visão dos animais variam entre as espécies, camarões são os campeões em ver

Como os animais enxergam o mundo (Foto: Pexels)

A visão humana é altamente sofisticada graças à presença de dois tipos de células sensíveis à luz na retina: os cones e os bastonetes. Os cones — que podem chegar a até seis milhões em cada olho — são os responsáveis pela percepção das cores. Já os bastonetes atuam na captação de diferentes níveis de intensidade luminosa, permitindo a visão em ambientes escuros.

Essas células contêm moléculas fotossensíveis que absorvem os fótons da luz, gerando impulsos elétricos que viajam pelo nervo óptico até o cérebro. É assim que o ser humano distingue uma grande variedade de cores, principalmente nas faixas de vermelho, verde e azul.

A forma como os animais enxergam as cores e a luz varia bastante entre as espécies. Para perceber cores, é necessário que o animal tenha ao menos dois tipos de cones e uma estrutura cerebral capaz de interpretar os sinais recebidos.

As visões animais mais próximas do ser humano

Gatos não percebem a mesma gama de cores que os humanos. Eles distinguem principalmente as cores violeta, azul, verde e amarelo, mas veem o mundo de forma mais embaçada, com poucos detalhes. Em contrapartida, são extremamente sensíveis a movimentos e possuem um campo de visão de 200°, mais amplo que o humano (180°), o que lhes garante uma visão panorâmica superior.

Segundo Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News, “O gato enxerga no escuro cerca de seis a oito vezes melhor do que os humanos, e isso se deve a presença de diversos bastonetes na visão, que é um componente da retina responsável pela recepção de luz no escuro”.

Os cães possuem apenas dois tipos de cones, o que limita sua percepção cromática. Eles conseguem diferenciar o azul e o amarelo, mas não distinguem entre vermelho e verde. Apesar disso, têm uma visão noturna até cinco vezes melhor que a dos humanos, graças à maior quantidade de bastonetes.

Alguns animais, como as salamandras, possuem apenas bastonetes e, por isso, veem apenas variações de luz e sombra. Já criaturas que possuem somente um tipo de cone, como o polvo, têm uma visão limitada a uma única cor — seu mundo visual não é monocromático em tons de cinza, mas sim monocromático colorido, baseado na única frequência que seus cones captam.

Evolução: um leque colorido aos olhos

Algumas espécies evoluíram para detectar frequências de luz invisíveis ao olho humano, como a luz ultravioleta (UV). É o caso das abelhas, que utilizam essa capacidade para identificar padrões em pétalas de flores, indicando com precisão onde está o néctar. Como destaca Vininha F. Carvalho: “As abelhas usam esta visão em UV para ver os padrões das pétalas florais, os quais lhe indicam onde se encontra o néctar”.

Enquanto os humanos enxergam o mundo por meio de três tipos de cones, as pombas possuem até cinco, o que amplia significativamente sua capacidade de diferenciar tonalidades. As borboletas vão além: com quatro tipos de cones, elas detectam cores que são completamente invisíveis para nós.

Entre os animais mais notáveis nesse aspecto estão os camarões da espécie estomatópode, que têm até 12 tipos diferentes de cones. Isso faz deles possivelmente os campeões em percepção de cores — um verdadeiro espectro multicolorido que escapa completamente à experiência humana.

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Autor: João Pedro Oliveira

Apreciador de boas histórias, filmes e games. Repórter no portal Gazeta Culturismo.

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