História reflete na construção cultural do país
No Dia do Capoeirista, comemorado em 3 de agosto, é importante lembrar sobre a relevância da capoeira para o Brasil. A expressão cultural está profundamente enraizada na história brasileira, refletindo a luta, a história e a alma do povo afro-brasileiro. Originada entre os séculos XVI e XVII, a capoeira emergiu no contexto da escravidão como uma forma de resistência e sobrevivência dos escravos africanos e afro-brasileiros.
A origem da capoeira remonta ao período da escravidão no Brasil, quando os africanos escravizados usavam a luta como forma de resistência contra seus opressores. Essa arte marcial mistura elementos de dança, música, acrobacias e movimentos ágeis, criando uma forma única de expressão física e cultural.
No entanto, a capoeira enfrentou perseguição e proibição. No final do século XIX e início do século XX, foi considerada ilegal e reprimida pelas autoridades. Mesmo assim, os capoeiristas persistiram, praticando em segredo e preservando suas tradições.
Em 1937, a capoeira finalmente foi reconhecida como um símbolo da identidade brasileira. Desde então, sua popularidade cresceu, e em 2014, a Roda de Capoeira foi declarada Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco. A roda é o círculo onde os capoeiristas se enfrentam, cantam, tocam instrumentos e executam movimentos acrobáticos.
Grandes mestres contribuíram para a disseminação da capoeira pelo mundo. Nomes como João Grande, Jelon Vieira, Lua Rasta e a musicóloga Emília Biancardi fizeram parte do grupo Viva Bahia. Fundado por Biancardi nos anos 1970, o grupo viajou pelo mundo, apresentando capoeira e práticas culturais baianas. Essas viagens estabeleceram as bases da modalidade se desenvolvessem em todos os continentes e se tornasse um dos símbolos do Brasil no exterior.
Apesar do sucesso internacional, muitos mestres renomados optam por morar fora do Brasil, onde se sentem mais reconhecidos. No Dia do Capoeirista é importante lembrar que sua valorização dentro do país ainda é um desafio. A luta continua, mas a alma vibrante da capoeira permanece, inspirando gerações e conectando culturas ao redor do mundo.
Jornalista com pós-graduação em Comunicação Organizacional e especialista em Cultura, Arte e Entretenimento. Com ampla experiência em assessoria de imprensa para eventos, também compôs redações de vários veículos de comunicação. Já atuou como agente de viagens e agora se aventura no cinema como roteirista e diretora de animação.
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